Publicada em 30/7/2025 às 21h58.

Antonio Rocha.
ANTÔNIO ROCHA: Graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Curso livre em Teologia, especialização em Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter e mestrado em Ciências da Religião pela PUC Goiás.

OS VENDILHÕES DO TEMPLO

Foto ilustrativa.

Era uma vez um Templo de rara beleza, proprietário de grande volume de terras raras, valiosos metais e diversificadas pedras preciosas, situado no hemisfério sul. Ali, humanos e outros animais desfrutavam das imensas riquezas, inclusive da rica flora e do clima propício à vida. Devido a isso, aquele Templo passou a atrair seres inescrupulosos, ameaçadores e gananciosos, de olho no patrimônio do Santuário Latino-Americano.

Foto ilustrativa.
Foto ilustrativa.

Diferentemente dos bíblicos vendilhões do Templo, em que mercadores mercadejavam naquele espaço sagrado, os vendilhões do Templo dos trópicos do Sul querem vender o próprio Santuário, com tudo dentro.  Para a perplexidade geral, o valor venal do Templo, na lógica dessa gente, não supera 30 moedas. Além disso, para satisfazer esses Judas mercadores da inegociável soberania nacional, a moeda de troca  resume-se no condenável toma-lá-dá-cá. Inescrupulosamente na contramão da ética, em conflito com a lei e a moral, em nome da negociata. Trama bem arquitetada e manobra milimetricamente estabelecida, com deliberado ânimo entreguista.

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A ordem é entregar tudo, sob a garantia da continuidade de um projeto cujos beneficiários são poderosos. Assim procedendo, esses Judas modernos, mercadores da soberania nacional, vivem despreocupadamente de costas para o Templo, defronte para o mar contemplando o ídolo Tio Sam. Acontece que, no contexto atual, não se trata mais de negociar no Templo, mas sim barganhar o próprio Templo, o que é ainda muito mais grave. Há quem diga que a tentativa da comercialização do Templo é similar à venda do Patriarca bíblico, José do Egito, perpetrada pelos próprios irmãos.

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Diante de tão deplorável quadro, recordei-me do fragmento de uma canção do eterno Raul Seixas: “…a solução é alugar o Brasil.” Realmente há quem queira mesmo fatiar,  arrendar, alugar ou vender, por qualquer bagatela, o nosso Santuário, Templo Sagrado do Cone Sul. Já passa da hora de uma contundente reação social e demonstração inequívoca de indignação ética. E que haja um despertar da consciência coletiva e um uníssono rechaço a esses novos Judas que, sordidamente, tramam contra o patrimônio comum.

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Por fim, outra imagem bíblica com a qual pode-se traçar um paralelo, é a famosa história da vinha de Nabote, objeto de cobiça do Rei Acabe (1Rs 21,).  A narrativa adverte e chama atenção daqueles que habituaram-se na prática da apropriação indébita do que não lhes pertence. Veja caro (a) leitor (a), que o critério de justiça empregado por essa gente, vale exclusivamente para beneficiar os privilegiados. Estes, vivem num mundo fantasioso onde os únicos bem e direitos são os seus próprios.

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