Publicado em 28/8/2025 às 10h8.
CASA MUNICIPAL DE CULTURA IOZINHO COSTA
8 anos – parabéns!
É uma importante data, o dia de hoje,quando se abre a agenda comemorativa dos 8 (oito) anos de inauguração da Casa da Cultura “Iozinho Costa”. O gesto de gratidão se eterniza não só para o seu idealizador, comopara a história cultural da cidade, ao homenagear o grande artista da cultura do município. Ele foi o referencial, logo, o grande incentivador das artes e do esporte no município. Raimundo Marins da Costa, o popular Iôzinho Costa, por tudo que Ele continua representando na nossa Cultura.
E quem mesmo foi Iôzinho? O espaço é pouco para descrevermos toda sua representatividade, vejamos: o dramaturgo, o músico, o cantor, o cartola, o declamador de versos, artista nato, Iôzinho. Seu Iôzinho, como era chamado, fundou duas das maiores agremiações esportivas: a Sociedade Esportiva do Palmeiras e o Cruzeiro Esporte Clube; além de ser referência em todos os segmentos culturais que se registram no contexto municipal.
Nascido em 20 de setembro de 1924, estaria a completar 101 anos no próximo mês de setembro, mas nos deixou aos 67 anos de idade, exatamente, no dia 01 de abril de 1991.
Desde pequeno nele se manifestou o interesse pelas artes dramáticas, as decorações de ambientes festivos e a fina arte na criação de roupas tradicionais para as festas: do Divino Espirito Santo; Nossa Senhora do Rosário;Nossa Senhora da Glória; das tradicionais cavalhadas apresentadas ao ar livre, sobre o dorso de ágeis cavalos e cavaleiros que simbolizavam as batalhas medievais entre Mouros e Cristãos, festas essas, derivadas da cultura portuguesa em seus torneios que celebravam a bravura e habilidades de seus cavaleiros. Com o passar do tempo esses eventos evoluíram para encenações em praças públicas como símbolo na luta entre o bem e o mal.
Nessas representações memorizamos figuras inesquecíveis de reis Mouros e Cristãos, representados por Iôzinho Costa, Claudionor Rocha, Alcides Delgado, Oswaldo Barbosa (Vadú) e as saudosas figuras de nossa Era dos Teatros, nos palcos do Cine Teatro Correntina ou encenações ao ar livre.
A festa do Divino Espírito Santo, cuja origem remonta as celebrações portuguesas, a partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade é festejada, até os dias de hoje, com: Cortejos de Imperadores, Reis e Rainhas; Damas e Guardas de honra trajados, tipicamente, com as Cores de vermelho para o Cortejo do Divino Espírito Santo e Azul para o Cortejo de Nossa Senhora do Rosário, com suas bandeiras e brasões; Levantamento dos Mastros das duas festas, percorrendo as principais ruas da cidade, ao som dos dobrados dasFilarmônicas Erato Correntinense, que após anos desativada retornou sob a Regência do Maestro Leozírio Ferreira, e Autocratata Correntinense.
O povo, que acompanhava o evento, eufóricos ovacionavam e davam vivas sob a coordenação do Monsenhor André Frans Bérenos, grande incentivador e defensor das tradições religiosas e culturais do nosso município.
Enquanto isso, nas casas dos festeiros a temperatura a 1000o. Tachos, fornos e fogões a lenha fervilhavam no preparo do pirão, no vai e vem das providências, para que o banquete popular e impecável, fosse servido a todos que ocupassem os espaços disponíveis.
Em sua origem, tais festas eram dedicadas a distribuição de alimentos e donativos para pessoas necessitadas. Parte essa suprimida nos dias de hoje, limitando-se ao farto banquete oferecido nos dias de duração dos festejos, cuja organização sob a responsabilidade dos festeiros e da paróquia, que ao final do evento elegem, por sorteio, os voluntários que se inscrevem para manter a centenária tradição no ano vindouro.
Com a morte de Raimundo Martins da Costa, em 01/04/91, seu filho Wedem de Sordi, assume parte da herança compartilhada entre os seis filhos do casal, Iôzinho & Lulu.
Escritores, poetas, músicos, cantores, atores e oradores; sendo esta a mais perfeita partilha de bens, culturais, que um pai deixa para seus filhos. Hoje, todos eles se fazem presentes no cenário cultural do município, estando perto ou longe, honram as tradições culturais e dão prosseguimento à sua própria história.
Wedem de Sordi desenvolve o primeiro projeto para criação da Casa de Cultura de Correntina, onde grandes vultos de nossa vida artística teriam um lugar para serem lembrados e terem o reconhecimento de seus trabalhos. Nada mais justo, neste momento, que dar a esta casa o nome do seu velho mestre e pai, “ Iôzinho Costa “.
O projeto foi posto em prática em administração passada, mas não foi adiante, senão, quando José Rocha França, com várias passagens como secretario de Gabinete do Executivo Municipal e grande fluxo político junto ao Legislativo, consegue o apoio do Gestor. O sonho tornou-se realidade.
Sob a orientação e prestígio político o escritor José Rocha França, elabora o Projeto de Lei que levado ao Legislativo, pelo vereador Lourival Miranda, sob o No. 981/2017, éaprovado por unanimidade, criando, em definitivo, a Casa Municipal de Cultura “ Iôzinho Costa “.
O local para instalação da casa foi outra etapa difícil de ser definida, pelo que entendemos, nossos agradecimentos àVereadora Iêda Barbosa, que junto a Comissão de Educação, Cultura e Lazer, promove a Emenda Modificativa No. 001/2017, alterando o texto para: “A Casa Municipal de Cultura – Iôzinho Costa será instalada, para todo os efeitos, em prédio público municipal, de preferência, em logradouro no centro da cidade”.
A determinação desta medida levou o Gestor a acatar a sugestão do Senhor Wedem de Sordi em ceder o prédio do antigo Paço Municipal (Prefeitura), cuja implantação, como sede da administração do município, foi ação do Prefeito Major Félix Joaquim de Araújo.
É uma casa, relativamente nova, que já poderia estar bem mais completa e diversificada em suas atividades, porém, a falta de recursos específicos, impediram maiores avanços em seus objetivos sociais e culturais. A esta altura, poderia estar mais aparelhada para atender os usuários, tanto no seu acervo histórico, quanto em suas atividades culturais educativas, voltada para as pessoas da melhor idade e os jovens com:concursos literários e de poesias; festivais musicais; serenatas, serestas e saraus.
A casa depende da boa vontade politica e empresarial e ainda mantinha-se ativa graças ao empenho do seu idealizador que com apoio de outros colaboradores não mediam esforços para sua manutenção.
Perdemos um ícone da luta pela nossa cultura com a precoce partida do senhor José Rocha França; braço forte na defesa da cultura municipalista, e cuja memória será mantida nesta casa para conhecimento das gerações futura.
Hoje, neste PANTEÃO DA CULTURA CORRENTINENSE, conservamos o que nos foi confiado pelos seus literatos e colaboradores:doações de livros autorais para nossa biblioteca; uma galeria fotográfica de nossos principais artistas, cantores, poetas e artesãos; palestras, reuniões; aulas de música e para atividades solicitadas pela comunidade, confirmando assim, ser este espaço, um referencial para os interessados em conhecer, um pouco que seja, a história dos correntinenses.
Parabéns A Casa Municipal da Cultura – Iôzinho Costa, parabéns pelos 8 anos de existência e resistência; parabéns às autoridades que a reconhecem como um ponto cultural e guardiã de nossas memórias. Parabéns a todos aqueles que utilizam do seu acervo e seu espaço, vendo nele a imagem que nos reporta a memória de nossa história e que assim, justifica a sua existência.
Á todos vocês, como filhos do homenageado, aqui representados por mim, manifestamos nossa gratidão, em ver o reconhecimento a este que continua sendo o um dos maiores artistas na vida cultural de Correntina.
Citar nomes pode nos incorrer na falha de esquecer quem não poderia ser esquecido, por esta razão, agradecemos aos poderes Executivo e Legislativo, aos professores e colaboradores espontâneos por suas doações; aos frequentadores usuários que a prestigia a cada dia; aos autores pela doação de suas obras literárias; aos correntinenses que nos presentearam com peças, relíquias de nossa história. Agradecemos “ in memorian “ José Rocha França, pelo empenho em fazer acontecer esta Casa.

É comum aos municípios brasileiros prestigiarem seus valores culturais, têm sempre uma Casa de Cultura que conta e guarda a historia de seu povo. Correntina não poderia ser diferente, nem ficar de fora. Como bem diz a historiadora brasileira Emilia Viotti da Costa, autora da frase: “Um povo sem memória é um povo sem história. Um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”.Afirma Ela assim, a necessidade da cultura popular na construção e na valorização da história do Brasil, e óbvio, neste caso, a História de Correntina.
OBRIGADO PAI, por nos deixar este legado.
Diana, Javan Carlos, Flamarion Antônio, Henrrique Luiz, Ítalo Ipojucan e Wedem de Sordi.