Publicado  em 25.09.2024 às 16h51

A minha dúvida sobre o Código de Trânsito Brasileiro

Por Teoney Araújo Guerra*

 

Por acaso, você leitor ou leitora tem alguma dúvida sobre as normas do Código de Trânsito Brasileiro? Pois eu tenho uma, causada por uma cena insólita que eu vi agora, nesse fim-de-semana passado. Faço essa pergunta apesar de saber, não ser usual se iniciar uma crônica fazendo uma pergunta. Mas, nesse caso, acho ser ela, pertinente e necessária, uma vez que o episódio que vou contar aqui, causou-me uma dúvida sobre uma norma do referido código, dúvida essa, que pode ser também sua.

Estava eu voltando para casa – aqui em Correntina, onde resido –, pedalando a minha bicicleta, no fim de tarde do último sábado. Descia a rua da Chácara, atrás de um cavaleiro, um pré-adolescente de uns 14 a 15 anos, que ia montado em um cavalo, num trote lento, aparentemente sem pressa, quando ele, ao se aproximar do cruzamento com a avenida Tancredo Neves – saída para Santa Maira – por um lado, e a rua Bela Vista – a rua da Caixa Econômica Federal -, pelo outro, onde há um semáforo, puxou a rédea do animal, diminuindo a marcha, ao ver o sinal vermelho. A seguir, olhou para ambos os lados, demonstrando verificar se vinha algum automóvel das duas ruas e, mesmo não vindo nenhum veículo, puxou novamente e mais fortemente a rédea, parando o animal.

Vindo logo atrás, eu também parei, e prestei atenção naquela cena que a mim, me pareceu bizarra, inimaginável até então: um cavalo parado ante o sinal vermelho de um semáforo, e dependendo do sinal verde para seguir em frente. Não resisti e sorri.

Mas não apenas sorrir. Pois veio-me ao pensamento, entender o que se passava na cabeça do jovem cavaleiro, que balançou a cabeça pendendo-a para um lado e para o outro, e girando-a para um dos lados, permitiu-me ver a testa franzida, numa demonstração de estar inseguro quanto àquela decisão de parar o cavalo diante do sinal de trânsito. Dúvida que me causou um sobressalto e ocupou o meu cérebro durante alguns segundos, até o sinal verde trazer-me à realidade; creio que também ao cavaleiro, pois o sinal verde na sua contagem regressiva, já mudara de 30 para 29 e deste para 28, quando ele esporou o animal, determinando-o seguir adiante.

Aliás, essa dúvida persiste ainda na minha cabeça. Eu sei que o Código de Trânsito Brasileiro estabelece normas para o trânsito, tendo como objeto das normas, os motoristas, motociclistas, caminhoneiros, ciclistas e pedestres. Mas, as mesmas normas valem também para os cavaleiros e os condutores de carros de bois e carroças?

*Teoney Araújo Guerra é jornalista provisionado e escritor

 

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