Publicado em 17/07/2025 às 06h15.

Texto de Fred Bar – Comerciante e colunista do Jornal de Correntina.

Política, espetáculo e desilusão.
Por FredBar.

Foto ilustrativa.

O que é real e o que é apenas espetáculo e encenação? Chega um momento da vida em que nos tornamos obrigados a fazer uma avaliação sincera sobre o que um dia sonhamos e no que acreditamos. Isso não me torna diferente de muitos conterrâneos de Correntina: também acreditei que o poder transformador da política seria capaz de mudar a realidade da nossa cidade e eliminar seus vícios históricos.

Foto ilustrativa.

Houve um tempo em que o eleitor era respeitado não pela sua escolha política, mas pela sua conduta moral e pelo que representava para a sociedade. Hoje, vivemos em uma cidade onde a moral política está apagada. Eleitores estão perdendo a fé no Estado democrático. Tornou-se comum rotular um cidadão como marginal apenas por ter escolhido um lado político.

Foto ilustrativa.

Enquanto isso, os próprios políticos mudam de lado com frequência, e, ainda assim, são recebidos como heróis. O que presenciamos hoje é um verdadeiro espetáculo: discursos mudam da manhã para a noite. Quando um político que fazia oposição migra para o grupo rival, logo vem com o discurso de que “sempre soube que ali era o paraíso”, e que antes estava do lado errado por engano — lado esse que agora, convenientemente, é descrito como corrupto, ineficiente, e cheio de defeitos.

Foto ilustrativa.

Após gravar vídeos, conquistar alguns cargos para seus aliados e garantir espaços na nova gestão, esses políticos recebem um novo roteiro. E então começam a atuar com entusiasmo, divulgando na cidade uma nova narrativa, como se tivessem descoberto a verdade absoluta.

Foto ilustrativa.
Foto ilustrativa.

Quem não tem o direito de mudar de lado, curiosamente, é o eleitor. Este, sim, é deixado à deriva, confuso e desacreditado, pois foi levado a acreditar em um projeto político que se desfaz diante dos próprios olhos. Os mesmos líderes que construíram sua confiança agora dizem, na prática, que tudo aquilo em que os eleitores acreditaram era um equívoco. E o pior: exigem que a população aceite, de forma acrítica, uma nova versão desses mesmos personagens.

Foto ilustrativa.

Seria trágico se não fosse cômico. O que antes era motivo de piada — a postura de um político que, de manhã, declarava apoio a um candidato e, à tarde, já estava ao lado de outro — hoje virou prática comum. O que era exceção virou regra. Alguns políticos que antes zombavam dessas atitudes agora as reproduzem com naturalidade, criando uma geração de líderes volúveis, movidos por interesses pessoais e momentâneos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.