Publicado em 26/8/2025 às 06h33.
De quem é a culpa? Por que nos calamos? Correntina, com mais de 200 anos de povoamento, carrega um histórico de lutas travadas por homens e mulheres que se sacrificaram para transformar este lugar em uma terra digna para se viver. Nossa história é marcada por coragem, resistência e exemplos que merecem ser lembrados.

E hoje, no entanto, o que vemos parece mais um roteiro de filme apocalíptico: um parlamento cercado de privilégios. São cinco assessores para cada vereador, carros e motoristas à disposição 24 horas, além de salários que ultrapassam R$ 11 mil. Mas não para por aí.
O mais grave é que muitos vereadores de Correntina são também servidores públicos concursados. E, apesar de não comparecerem ao trabalho para o qual foram efetivados, continuam recebendo religiosamente seus salários. Um escárnio diante de uma população que enfrenta dificuldades diárias para sobreviver. Para completar, esposas, filhos e familiares dos Edis são os primeiros a ocupar os cargos e empregos ligados ao poder político.
É verdade que alguns poucos parlamentares ainda cumprem sua carga horária, enquanto outros apenas simulam dedicação, reduzindo a carga horária, “ajeitando-se” em acordos com o Executivo para escapar de suas responsabilidades. Mas a maioria, sem disfarces, simplesmente não aparece no local de trabalho. E todos em Correntina sabem muito bem quem são. Não é segredo para ninguém.

Diante disso, a pergunta se impõe: por que nos acovardamos em permanecer calados? Como pode uma cidade rica em história e tradição ser hoje palco de privilégios tão ofensivos ao povo?
Esses vereadores parecem esquecer que a história não os poupará. Seus atos, marcados pela esperteza criminosa de receber sem trabalhar, serão lembrados por gerações. Netos e bisnetos ouvirão falar da conduta imoral e desonesta de seus antepassados. O universo não perdoa. Nem os próprios colegas ignoram o que ocorre: sabem que, além de crime, trata-se de uma falta ética e moral imperdoável contra o povo e contra a cidade.
Vocês foram eleitos para representar 34 mil correntinenses. Pela lei, são 13 parlamentares para dar voz à população. A responsabilidade que carregam é enorme. Como pais e mães dão exemplo aos filhos, vocês deveriam dar exemplo de integridade e trabalho à cidade. Mas, ao contrário, assistimos a servidores que conquistaram o cargo via concurso público simplesmente deixarem de comparecer à função pela qual foram aprovados, enquanto continuam recebendo seus salários.

E isso não começou agora. Essa prática é antiga e só se sustenta porque conta com a conivência de muitos: a passividade do povo, a omissão do Executivo, o silêncio do Ministério Público e o fechar de olhos do Judiciário.
Diante desse cenário, resta-nos uma última pergunta: o que faremos diante desse ridículo? Continuaremos calados, aceitando a injustiça, ou teremos coragem de exigir respeito e responsabilidade daqueles que deveriam ser os primeiros a dar exemplo?
A culpa é da administração! ela fecha os olhos porque precisa do vereador, como acontece há vários anos! assim os nobres edis conseguem empregar toda a sua família.
Todos saem vitorioso ao custo dos cofres públicos.