Publicado em 15/10/2025, às 14h14.

Gecilio Souza – Graduado em filosofia pela PUC-GO, mestre em filosofia pela UFG, Bacharel em direito pela UniCEUB, professor, Cordelista e poeta.

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
Por Gecilio Souza

A docência é uma profissão
Como uma outra qualquer
Isto é falso meu irmão
Acredite quem quiser
Faça uma investigação
E veja quem é que quer
Desenvolver a educação
Onde a ignorância estiver

Mas todos metem a colher
Na panela do ensino
Desde o agressor de mulher
Ao anti-saber mais cretino
Tudo que o professor fizer
Pela menina e o menino
Surgirá um lúcifer
Pensando pelo intestino

 

Já imaginou o desatino
Que seria perpetrado
Se o criminoso assassino
Questionasse o magistrado
Algum pastor ou rabino
Desse ordens ao delegado
E o cultivador de pepino
Usurpasse o advogado

Precisa ser respeitado
Qualquer ofício ou função
Que esteja sintonizado
Com os princípios da nação
Cada qual no seu quadrado
Em cidadã integração
Respeitar e dar cuidado
Ao docente e à educação

A essência da questão
Muitos preferem omitir
Educar é uma intervenção
Para a cegueira corrigir
Cegueira que obsta a razão
De analisar e refletir
Metáfora que tem relação
Com o ofício de instruir

Arte de fazer parir
Educar não é brincadeira
Leva o educando a sentir
Na alma certa canseira
E começa a evoluir
A sabedoria verdadeira
Sócrates soube instituir
O paralelo com a parteira

Maiêutica não faz coceira
Ela causa “dor” ao ser
Angustia a alma inteira
Pois o ato de conhecer
Iguala-se em certa maneira
Às contrações do nascer
Parir é a metáfora certeira
Sobre a aquisição do saber

O que Sócrates quis dizer
Com esta metáfora incrível
Que para alguém aprender
Precisa estar disponível
Isto após reconhecer
Sua ignorância visível
De ideias então conceber
A gestação indescritível

Sabe-se o motivo possível
Da histórica intromissão
Feita por quem não tem nível
Na área da educação
Causa um dano inconcebível
Grave e sem mensuração
A sanha do lucro terrível
Faz do saber especulação

Mas o livro em reação
Disse: alto lá, intruso
Não entende a minha lição
O seu raciocínio é confuso
Ousa emitir opinião
Eu denuncio este abuso
Ao mestre a interpretação
Porque de mim faz bom uso

 

Já o de espírito obtuso
Qualquer coisa quer falar
Gira feito um parafuso
Não entra nem sai do lugar
Seu raciocínio é difuso
Por não saber argumentar
Deixa o assunto inconcluso
E a falta de lógica no ar

Cada qual deve atuar
Na área de sua formação
Sem pretender usurpar
A alheia profissão
Não custa nada lembrar
É antiética a usurpação
Compete ao mestre opinar
Sobre o tema educação

 

Educar é parturição
Com suas metafóricas dores
Tirar o ser da escuridão
Dá prazer e dissabores
Nesta oportuna ocasião
Resgatemos os valores
Aplausos e valorização
Professoras e professores!

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