Publicado em 1º.10.2025, às 06h55.

Familiares e amigos da pequena Aurora Maria, que segue lutando pela vida após complicações no parto no Hospital Municipal de Correntina, estiveram ontem, 31/9, na chamada Casa do Povo. O pedido era simples e legítimo: a criação de uma comissão para apurar o que realmente aconteceu no atendimento.

O JC ouviu o pai da bebê, Franklin Taunay, que relatou não apenas os horrores vividos no hospital, mas também a angústia de ser ignorado pelas autoridades do município.

Mas a sessão de ontem na Câmara Municipal conseguiu ser ainda mais dolorosa. A casa que deveria representar a população mostrou, de forma clara, que não está ali para fiscalizar nem para buscar justiça, mas sim para defender, custe o que custar, o prefeito e sua gestão.

O único a levantar a voz em favor da verdade foi o vereador Éliton da Muticell (PSB). Ele solicitou a leitura de uma carta da família, resumindo o caso, e defendeu a criação de uma comissão de investigação. Porém, o pedido foi simplesmente ignorado. A proposta não foi discutida, tampouco colocada em votação.

Alguns vereadores limitaram-se a discursos protocolares de “solidariedade”, mas sem o compromisso de assumir o verdadeiro papel da Casa do Povo: fiscalizar, defender o interesse coletivo e cobrar explicações. No fim, prevaleceu o silêncio cúmplice.

Foto: Vereadora Lourilda Miranda (PODE).

E houve ainda algo pior. A vereadora Lourilda Miranda (PODE), que até pouco tempo se dizia oposição e fazia da saúde sua principal bandeira, expôs sua postura lamentável. Em vez de apoiar a família, que há três meses sofre com o descaso das autoridades, optou pela hostilidade. Em tom intimidador, pediu ao seu assessor que filmasse os familiares de Aurora, um gesto ameaçador que revoltou a população presente na Casa do Povo.

O que se viu na Câmara foi a inversão completa do que se espera de um parlamento: a casa que deveria acolher o povo e buscar respostas para uma família em luta preferiu se omitir.

Nobres vereadores, uma comissão de investigação não serve para atacar nem proteger. Serve apenas para apurar a verdade. Será que a verdade não interessa?

 

Ontem, a família da guerreira Aurora Maria, que ainda luta pela vida, descobriu, diante de todos, que a Correntina não tem espaço para sua dor. Uma cidade onde a Câmara Municipal prefere blindar o Executivo a cumprir seu papel de fiscalizar e defender o cidadão está à beira do colapso.

 

1 COMENTÁRIO

  1. O CASO AURORA MARIA

    Não comento e também não opino sobre fatos que desconheço, como é o caso deste fato que envolve a pequena Aurora Maria, porquanto ocorrido ontem, estando eu em Salvador, fora do palco dos acontecimentos, tomando ciência através da matéria acima e comentários esparsos.

    É deveras lamentável que AURORA MARIA, ainda na aurora da sua vinda ao mundo, seja obrigada a passar por maus momentos, devido as omissões a que se referem a matéria, durante o atendimento nosocômico, perdurando essas omissões quando da procura de providências junto a Casa do Povo.

    É preciso que o Setor Social do Hospital se pronuncie, dando a versão real do ocorrido, a fim de que essa nuvem de revolta e manifestações se acomodem, devendo o fato trilhar pelos caminhos mais ameno, sem pessoalidades ou partidarismos, em busca de providências de ordem legal.

    Em momentos como o presente o que se recomenda é PAZ para vencer a GUERRA e providências urgentes e que se façam necessárias em favor da saúde e bem estar da AURORA MARIA, porquanto ofensas, revoltas, acusações descabidas ou defesas ao indefensável não vai resolver o problema, havendo, inclusive, possibilidade de agigantarem e criar outras situações com conseqüências e desdobramentos até mais graves.

    A criação de uma comissão de investigação é fundamental para apurar a verdade sobre o que aconteceu no Hospital Municipal e garantir que situações como essa não se repitam, aproveitando o momento para sugerir, se for o caso, mudanças e melhorias na gestão pública do nosso Hospital. É importante que os ilustres vereadores cumpram o seu papel de fiscalizar e defender o interesse coletivo, de forma transparente, sem pressão popular, sem omitir, proteger ou prejudicar de forma deliberada quaisquer dos envolvidos a fim de que justiça seja feita sob o império da lei.

    É como penso!!!

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