Em 26.10.2017 em Correntina-BA, autoridades constituídas, vereadores são convidados para um salão, onde sob a batuta da GAECO dançariam “O ÚLTIMO TANGO”, operação desenvolvida para dar um basta na corrupção, que campeava solta, à luz do dia, com notas de real, produto dos “feitos”, sendo exibidas como galhofa nos “smartphones” via WhatsApp, etc, etc….dos participantes ou integrantes dos conchavos!
Segundo o que se comenta tudo em razão de acerto de contas, detalhado, negociado entre os chefes do Legislativo e do Executivo, numa composição de cheques no valor de 50 mil reais, para cada um dos envolvidos, apreendidos no flagrante, em poder do Chefe do Legislativo, ou seja, Presidente da Câmara!
O Município virou chacota, alvo de notícias negativas, através de todos os órgãos de comunicação do País, prisões, apurações, sofrimentos, dor para os familiares, muita especulação, alcançou até parceiros, auxiliares do processo; não ficando definidos os porquês e quem foi o denunciante para que a operação desenvolvida pela GAECO, flagrante, fosse dado com tanta propriedade!
Passados quase três anos, a interrogação persiste, até porque as sequelas administrativas continuam instaladas, no desenvolvimento, das atividades da Casa do Povo. A Câmara teve que se recompor, suplentes foram empossados, nova mesa diretora escolhida, votada, eleita, também empossada e claro, com cada um deles, os anseios, as necessidades, os vícios do próprio sistema, desempregar uns e empregar os meus…
Processo na justiça! Prisões mantidas, foram sendo relaxadas aos poucos, expectativas se formando, inseguranças se instalando, suplentes tensos, preocupados, vão voltar (¿) perguntavam entre seus pares. Eis que de repente, os presos são soltos, ficando detido, preso, somente o Presidente da época. A justiça se manifesta e emite Liminar reintegrando os presos (4) aos seus postos! A expectativa passou a ser a chegada de uma nova liminar, a cada semana!
A Câmara, a Justiça, a Política viram um “show”, um espetáculo, toda sessão tinha um “round” consequência de uma nova Liminar, tapas prá lá, murros pra cá, o objetivo era o Poder, manter-se no emprego e proteger a empregabilidade dos seus, parentes, esposas, filhos, amigos, ter por consequência, o cargo de volta, ou mantido, e, com ele a grana, mesmo mais curta, porque nessas alturas a operação “rachadinha” ficou prejudicada!
E assim a Praça Valderina Coimbra Costa, ficou em ebulição constante, durante a cada semana, na expectativa da derrubada de liminar na sessão seguinte, até que a situação se acomodou em Salvador, o desembargador dormiu com o pleito, esquecendo-se de atender aquele seu amigo, ou recebeu influência de autoridade correlata, stop….
E assim, nessa estagnação, a situação aparentemente se acomodou, mas, internamente a insatisfação reinava e reina, a turbulência ficou instalada não só na Câmara, mas, também, no seio da comunidade, atingindo diretamente até o Executivo que teve que acomodar com função no governo os suplentes, desbancados das cadeiras e, portanto, acomodar, insatisfeitos!
A Câmara passou a ser vitrine, todo mundo de olho, parece que o exemplo do último tango, não serviu para conter mandos e desmandos, houve radicalização, decisões rudes, bloqueio da comunicação, até das transmissões das sessões via rádios, contratações, virou cabide de empregos, instalou-se o descrédito junto aos eleitores Correntinenses…
A política é suja e muito dinâmica existem sempre interesses e conveniências em jogo, assim às vezes um adversário, no caso vereador, pode passar a ser amigo e em consequência merece o seu quinhão, uma Secretaria, uma Diretoria, no Poder Executivo! E o inverso também procede, um Prefeito pode perder um Legislador por motivos fúteis e ficar a deriva na maioria da Câmara! O que não é correto, pois se caracteriza o toma lá dá cá!
Este ano de 2020 é ano de eleições municipais, existe um calendário eleitoral a ser respeitado, cumprido. Abril é mês que começa as definições de pré-candidaturas e para tanto é preciso que cada interessado se defina partidariamente, e dessas definições, não raramente acontecem rupturas, vereadores deixam de ser parceiros, Prefeitos passam a usar da máquina para perseguições, vira um jogo politiqueiro, as intrigas se fortalecem, a maldade graça entre antigos amigos, agora adversários e até inimigos, é da politicagem, não da política.
Contextualmente, vimos ontem 28.04.2020 na Câmara Municipal à apresentação de um requerimento contendo exposição de motivos, que ao ser apresentado sua excelência o Presidente da Câmara, não o acolheu, não autorizou a sua leitura, naturalmente, resistiu, criou dificuldades, a luz elétrica, iluminação da Casa chegou até a ser apagada, discussões, muito blá, blá, blá….verdadeira, ebulição, gratuita, poderia ter sido acolhido já que o Regimento Interno da mesma Casa o ampara, quanto desgaste, um vexame.
Conhecido em 29.04.2020, através de uma LIVE, ofertada pelos vereadores requerentes, o conteúdo do Requerimento, nada mais pertinente do que apresentá-lo, pois, denunciam atos de improbidade administrativa, contratações indevidas, compra de buriti gold (móveis), corrupção do atual Presidente, que devem ser depurados por uma Comissão constituída no âmbito da própria Câmara com os vereadores sorteados, cujo Relatório Final deverá ser apresentado para leitura e julgamento em plenário.
Este requerimento só pode ser apresentado, sustentado e lido porque os vereadores se uniram no combate a corrupção, aos mandos e desmandos, supostamente, praticados por aquela autoridade! Resultando já positivamente esta iniciativa de informar o cidadão, enquanto eleitor, via LIVE do escândalo administrativo, conforme requerimento, que vive a gestão da Câmara!
Será que teremos agora uma Câmara, que venha realmente em defesa dos interesses da moralidade, da ética, da probidade, da austeridade, e assim possam, realmente, de modo consciente ter a missão de ofício cumprida, inclusive, com a fiscalização do Executivo Municipal. Afinal esta é a missão do Legislador, não esquecer, que a pandemia que vivemos, gerou pelo Estado de Emergência decretado, autorização para compras sem licitação, e verbas específicas foram canalizadas para o Município, vigiai e orai, tempo de locupletação!
Parabéns para os sete vereadores, signatários do requerimento que fará uma verdadeira ebulição política, após as apurações de ordem legal e que sirva de estímulo para buscar e desdobrar as ações que culminaram com o desfecho flagrante da operação “último tango”.