Publicado em 19/05/2023 às 20h55

Colunista Clériston Mota – Coluna Pessoas e Personalidades de Nossa Terra

Na coluna Pessoas e Personalidades marcantes em Correntina e região, hoje o texto é dedicado a professora Joselita Neves de Moura.

Temos um hábito quase inconsciente de deixar que pessoas preciosas morram para somente depois, lhes prestar o devido reconhecimento.
Essa coluna pretende ir além da trivialidade e fazer os devidos lauréis as memórias vivas e corações pulsantes.

Vamos falar sobre a personalidade desta semana.
Ela nasceu no acampamento da firma que atuava na  construção da estrada na edificação de Brasília, em 19/03/1967, em plena ditadura. Talvez por essa razão milita desde a infância.

Chegou em Correntina no inicio dos anos 80, onde desenvolveu uma biografia de superação,  crescimento e muita luta, em defesa de igualdade, justiça social e meio ambiente. Milita em favor dos injustiçados.
Para Joselita Moura não é uma fala, um discurso ou uma apresentação, para essa mulher guerreira, é seu estilo de vida.

Além de integrar muitos movimentos sociais, trabalhou na fundação educar, que substituiu o mobral, onde treinava agentes de saúde e parteiras.
Filha de Serafim de Souza Neves e Zulmira Francisca Neves, ambos lavradores. É a mais velha de 4 irmãos. (Joselita, Jovenilto, Juraci e Eva Vilma).

Com 10 Anos,  já trabalhava como voluntária em muitas atividades para ajudar a família. Aos 14 anos, liderava o grupo de jovens na paróquia Nossa Senhora da Glória, auxiliando em várias frentes como: delinquência  juvenil e círculo de cultura de Paulo Freire; como voluntária na EJA, chamava quem não sabia ler e dava aulas para essas pessoas em domicílio ou montava classes nas garagens cedidas para facilitar suas estratégias pedagógicas.

Com a experiência adquirida,  em 1983 começou  a trabalhar na Fundação Educar, curso de agente de saúde, onde auxiliava as parteiras pela manhã e às tardes  ministrava aulas de saúde e alfabetizava.
Foi nesse processo que conheceu padre André, que se encantou com seu trabalho e fez o convite para trabalhar na paróquia como agente pastoral (remunerada).

Acompanhava o trabalho nas igrejas, assumindo o cargo de Educadora popular – formação com os catequistas, pastoral da criança, saúde, mulher marginalizada. Em todas essas áreas, ensinava pessoas com alfabetização tardia a ler e a escrever.
Em 1998 Pe. André trouxe o projeto do meb, trabalho com jovens e adultos.
Em 2000, Ieda Pereira Barbosa (na época vereadora) a chamou para ampliar o projeto, criando assim 120 turmas no município de Correntina.
Fez uma campanha no município todo e descobriu que 60% da população era de  analfabetos. Durante esse processo reuniu líderes com o propósito de que em 8 anos erradicasse o analfabetismo no município.

Hoje ainda luta por essa causa em meio a diversos desafios.
Perguntando sobre a mãe Joselita,  ouvimos de seus filhos: “ Mainha é nossa inspiração,  nossa força, uma mulher  forte que já  enfrentou  muitas  batalhas. Temos orgulho da nossa mãe , nossa genitora, que assume essa missão  com muito amor, zelo, atenção, parceria e cuidado. “ (Janaína Lemos psicóloga)

De seu filho e Bel em direito André Inácio também ouvimos: “ Sempre que penso em desistir  de algum sonho lembro  que mainha com 5 filhos  saia de Correntina  para Bom Jesus  da Lapa  todos os dias a noite  para ter sua graduação  de Pedagogia. Mainha  é  força  e resistência.”.

Rubens, o seu esposo é um parceiro irretocável. Lembro perfeitamente que na ocasião de minha chegada aqui em Correntina tive o prazer de receber em minha residência o Rubens e o padre André, que na oportunidade me receberam e a minha família, com muito carinho e palavras abençoadoras.

Joselita à frente da Secretaria Municipal de Educação foi uma liderança forte. Presença atuante que montou uma equipe proativa e fez uma das melhores gestões da pasta, às vezes batendo de frente com estruturas internas, mas,…

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns por esta iniciativa! Precisamos reconhecer, aplaudir e nos motivar com exemplo dessas personalidades do dia a dia, que realmente fazem algo por nosso município e fazem a diferença na vida de muitas pessoas.

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