Publicado em 26/8/2025 às 18h15.

Servidores públicos de Correntina têm denunciado ao Jornal de Correntina o verdadeiro caos em torno dos empréstimos consignados. Trata-se daquela modalidade de crédito em que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, oferecendo taxas menores e condições mais acessíveis. No entanto, desde o fim de 2024, os trabalhadores estão impedidos de acessar essa linha de crédito porque a Prefeitura deixou de repassar ao Banco do Brasil os valores que já haviam sido descontados dos salários.

A situação teve início na gestão do ex-prefeito Maguila, que deixou o mandato devendo mais de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) ao banco, referentes à parcela de novembro de 2024. Em janeiro deste ano, o prefeito Mariano assumiu a administração municipal e, junto com ela, a responsabilidade sobre as dívidas deixadas. Porém, já se passaram oito meses de governo e, até agora, a Prefeitura não quitou o débito.
Enquanto isso, servidores que buscam empréstimos para necessidades urgentes, têm recebido sempre a mesma resposta do Banco do Brasil: “não há liberação de consignado enquanto a dívida não for paga”.
Nesta terça-feira, 26, o Sindtec publicou uma nota em sua página oficial sobre o caso.

Segundo o sindicato: “O Sindtec esteve no Banco do Brasil em busca de informações sobre o convênio dos consignados para os trabalhadores em educação. Atualmente, existe uma dívida de mais de R$ 600 mil reais deixada pela gestão anterior, referente à parcela de novembro, e isso impede que os consignados sejam liberados.

Por que isso importa?
O consignado oferece taxas menores, ajudando no planejamento financeiro e fazendo o dinheiro circular na economia local.
E sabe o pior? A gestão atual não se comprometeu ainda em pagar essa dívida deixada para trás. Deixamos claro que, agora, é uma dívida de responsabilidade da gestão atual.”
O caso levanta uma preocupação ainda maior: já não basta a Prefeitura não pagar a dívida do IMUPRE (Instituto Municipal de Previdência), agora também deixa de pagar os consignados? Querem destruir a vida do servidor público, que tanto se dedica à construção de um serviço público de qualidade para a população?
A dívida, que ultrapassa R$ 600 mil, não parece ser um valor impossível diante dos gastos recentes da gestão com contratos milionários. “Se há recursos para assinar contratos milionários, por que não há para quitar um débito que está paralisando a vida financeira de dezenas de famílias?”, questionam servidores.
E onde está a Câmara de Vereadores? Até agora, nenhum parlamentar levou o tema para a tribuna. O silêncio preocupa e reforça a sensação de descaso.

Enquanto isso, mês após mês, o consignado bloqueado significa o adiamento de sonhos e necessidades dos trabalhadores: a casa própria, o carro, a cirurgia, a viagem, o simples direito de planejar a vida com dignidade.