Publicado em 6/9/2025, às 15h45.

Depois de quase uma década, a Prefeitura Municipal de Correntina irá promover o desfile cívico de 7 de setembro. Qual é a importância desse evento para nós correntinenses, para nossos jovens e alunos?
O desfile de Sete de Setembro é uma oportunidade para as escolas trabalharem questões como ética, cidadania e símbolos pátrios. Mas como fazer destes eventos também uma oportunidade o ensino?


O debate sobre o contexto histórico da Independência é um bom começo.
Para Daniel Medeiros, doutor em Educação Histórica e professor de História do Brasil do Curso Positivo, é preciso mostrar as circunstâncias da criação do Sete de Setembro.
A tradição dos desfiles na data da Independência foi iniciada na década de 40 por Getúlio Vargas, com o objetivo declarado de promover os valores cívicos desde cedo. outorgada”.
Segundo Medeiros é uma chance para fornecer aos alunos uma visão crítica sobre o episódio que ofereça uma interpretação contemporânea da Independência, e não “uma falsa ideia de que cantar o hino ou agitar bandeiras em um desfile seja demonstrar espírito patriótico”.
O primeiro projeto educacional voltado para o ensino de moral e cívica foi apresentado à Câmara dos Deputados em 1826, e a possibilidade de criação de uma disciplina específica voltada para esses temas foi considerada pela primeira vez em 1909.

Hoje, os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam que a formação moral dos estudantes é responsabilidade da escola, mas não determinam que os professores sejam incumbidos da função.
Para Sandro Anselmo Coelho, coordenador psicopedagógico do Ensino Médio, do Colégio Marista Santa Maria, a sociedade atravessa um momento de incertezas sobre os rumos sociais e políticos; momento ideal para se falar sobre civismo nas escolas.

“Quando a temática do civismo é abordada de forma ética, não corremos o risco de cair no campo da ideologia. A Filosofia e a Sociologia são caminhos para gerarmos crianças que entendam o que esta data representa”, diz.

Josiane Miara, também coordenadora psicopedagógico do Colégio Marista, lamenta que o potencial pedagógico da data não esteja sendo plenamente aproveitado. “Vemos a data, ano a ano, ser recorrentemente reduzida a um desfile bélico. É necessário que as escolas problematizem o referencial histórico do país e, dessa forma, criem uma ótima oportunidade de ensino”, afirma.