Publicada em 07/08/2022 às 10h15
Por Alorof – Poeta Correntinense

 

As lavadeiras

Lavam a dor nas corredeiras

Enquanto seus maridos

“lavam a jega”

(“Ai que dor nas cadeiras!”)

 

As lavadeiras

De lá do Canto do muro

Enquanto enxaguam o futuro

Seus maridos lavam a alma

(“ai meus filhos feitos no escuro!”)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

 

As lavadeiras

Quaram roupas no Remansão

Enxaguam almas na ilusão

E seus maridos lavam-pés

(“Ai meus Deus, meu São Siprião”)

 

E o rio das Éguas corre

Pras éguas corre

E às léguas, morre.

Foto: Divulgação

 

 

 

5 COMENTÁRIOS

  1. Adorei!
    Na época da faculdade fiz um trabalho sobre as lavadeiras de Correntina.
    Essa cultura está tão enraizada que vai passando de geração a geração.

    • Bom dia Adbel pela participação. Realmente tem uma cultura muito rica nesse tema. O momento é muito rico nesse simples ato de lavar roupa no rio.

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