Publicado em 27/01/2025 às 12h01.

Por Antonio Rocha.

“O CEMITÉRIO VELHO”; VELHO E ABANDONADO…

O cemitério velho tornou-se um velho desconhecido. Nos dias atuais, não é mais frequentado nem pelos vivos, nem pelos mortos. A exceção fica por conta de alguns consumidores de cachaça e outras coisas sugeridas, que costumam se acoitar para contar causos e beber umas biritazinhas.

Foto: Jornal de Correntina.
Foto: Jornal de Correntina.

Em razão de tal abandono e com o mato crescendo, paredes caindo e jazigos desmoronando, muitas pessoas perguntam: mas, cadê o poder público? Uma resposta possível é a seguinte: se não cuidam nem dos vivos, por que haveriam de cuidar dos mortos?

Foto: Jornal de Correntina.
Foto: Jornal de Correntina.
Foto: Jornal de Correntina.

Ele fica bem ali, no alto do Cancelão, na saída para o Mané Roxo, estrada velha que dava para o Goiás, na parte alta da cidade. Do cume da colina vê-se panoramicamente a cidade, bem como o sinuoso rio que lhe corta no centro. Naquele local é que foram “plantados” os restos mortais de muitos habitantes.

Foto: Jornal de Correntina.

Situa-se exatamente na beira da antiga fazenda de Odílio França, no ponto elevado que se bifurca no descambar do Morro do Estreito. É como quisesse que, das alturas, os mortos continuassem a contemplar a cidade lá embaixo.

Foto: Jornal de Correntina.

Evidentemente, não sou a favor de descurar-se dos vivos para cuidar dos mortos, mas aprendi que a história é a mestra da humanidade. Daí se deduz que, quem não conhece a história, está fatidicamente condenado a repetir os erros do passado.

Foto: Jornal de Correntina.

Eu, particularmente, penso que seria importante cuidar do cemitério como parte da memória da cidade. Não é o caso, aqui, de prestar culto à personalidade, mas tão somente oportunizar às pessoas o conhecimento de alguns atores que marcaram a cena e os atos, na construção da sociedade e de sua arquitetura. Neste sentido, a leitura, a compreensão e o olhar, ficam por conta do (a) leitor (a).

Foto: Jornal de Correntina.

Este (a) irá perceber que nada aparece do nada. Em tudo há mãos, mentes e corações. Conhecer o passado é a melhor forma de continuar a jornada rumo ao futuro. E, melhor que esperar pelo futuro, é construí-lo.

Foto: Jornal de Correntina.

Frente a isso, advogo que o cemitério é importante para a cidade. Por isso, sua restauração e conservação devem estar, indispensavelmente, inseridas num projeto de restauro do legado histórico. Presumo que aquilo seja um lugar de continuo e permanente interesse coletivo. Trata-se de um patrimônio imaterial útil não apenas aos correntinenses, mas aos visitantes e aos entusiastas de história.

Foto: Jornal de Correntina.

À guisa de conclusão, entendo que gerir a coisa pública é lidar e cuidar da cidade e de sua gente, considerando todos os seus aspectos. Como diz Gonzaguinha: “a gente não quer só comida, a gente quer diversão e arte.” E aqui, no nosso caso, é tudo isso e muito mais. Postulamos, também, uma boa educação. Cuidar dos monumentos da cidade também é conservar tudo aquilo que se constitui como bom material educacional.

Foto: Jornal de Correntina.

Nesse aspecto, chamo atenção da leitora e do leitor sobre o marco que sinaliza e testemunha a abertura da estrada que serve o município, partindo de Correntina para a cidade de Posse, em Goiás.

Foto: Jornal de Correntina.

Uma pena ver o seu estado atual! Um total descuido! Um obelisco que tem suas inscrições praticamente apagadas, por negligência e incúria do poder público, além da ação criminosa de vândalos.

Antonio Rocha.
Texto de Antonio Rocha

5 COMENTÁRIOS

  1. Uma coisa que não é feita em Correntina é o registro do local de sepultamento, não se tem esse cuidado, uma pessoa que enterrou um parente aqui e foi morar fora não consegue mais encontrar o local da sepultura, pois o município não tem esse controle.

  2. Bom, os cemitérios aqui são públicos, ao contrário dos de Goiás, que são privados, onde são “condomínios” digamos assim, que as pessoas pagam pelas covas e a manutenção. Mas é necessário mantê-los públicos, pois até a nossa cultura fúnebre é diferente do Goiás. Nossa cultura fúnebre vem dos nossos antepassados, os cristãos novos, cabe ao poder público mantê-los bem cuidados, pois lá tem história, tem tradição.

  3. Inclusive meu caro Antônio. Nesse local está os restos mortais do meu bisavô. Tiburtino Barbosa de Araújo. Sendo avô do meu pai Martinho Barbosa de Araújo.

  4. Pois é Fred, esse cuidado do registro do local do enterro é muito importante para a família. Também concordo com Luka… o poder público devia cuidar melhor dos seus cemitérios. Tanto em Goiás quanto em Correntina, alguns cemitérios públicos são deixados “às traças…” o que não justifica.

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