Publicado em 05/12/2024 às 06h15

Por Antonio Rocha – O QUE É QUE HÁ, MEU BRASIL?!!

Foto ilustrativa (internet).

“Farinha pouca, meu pirão primeiro!”. Assim reza o ditado. Mas, cá pra nós, isso não é o nosso caso. Aqui há muita farinha ainda! Afinal, o Brasil é para quem mesmo? Os pobres respondem: é para poucos! Não há dúvidas que o Brasil é um lugar onde muitos lutam para sobreviver, enquanto outros vivem de papo para o ar. Um país onde as elites se comportam como se o Estado fosse seu próprio imóvel, dele extraindo de um tudo, em nome do próprio bem estar.

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As cenas sociais a que presenciamos justificam e aprofundam a nossa desconfiança. Elas falam por si, ao explicitar descaso, o atraso e o conservadorismo que usam a nação como instrumento de ambições. Refiro-me a esse estrato social, travestido de escolas altamente especializadas, cuja articulações são motivadas pelo individualismo, traduzido na concentração de todo tipo de poder. A pauta do mercado financeiro gira em torno da apropriação das riquezas e da super exploração da mão de obra. Que Brasil é esse que insiste na manutenção do status-quo altamente útil às velhas e rançosas elites, especialistas na rapinagem?

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Essa pergunta não é mera indagação. Ela é a manifestação do esgotamento da tolerância, face a um grupo destituído de qualquer pudor republicano. Este, sempre às vésperas das eleições, distribue o que não lhe pertence, por meio de ações eticamente condenáveis.
Trata-se de elites historicamente responsáveis pela desigualdade e pela manutenção deste vexaminoso fosso social. O que lhes move é a insaciável ganância e, para tanto, são capazes de patrocinar e eleger as piores biografias para os cargos os públicos. É de causar perplexidade a qualquer cidadão de verdade. O fato é que as elites não precisam de um governo, mas sim de um fantoche. Elas querem, tão somente, algum preposto que, consciente ou inconscientemente, arraste as massas para o elitista projeto.
Isto é uma prática que se perpetuou, pela qual as elites mantém-se no comando de municípios, estados e, frequentemente, da Nação.

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Os títulos acadêmicos, os vultosos investimentos e o monopólio da propriedade, subtraem-lhes a sensibilidade humana. Este é o matrimônio perfeito com o conservadorismo e o atraso político, integrado à concentração de renda e a disseminação da miséria. Continuamos vítimas de inescrupulosas elites, com uma classe média em crise de identidade, reprodutora dos estigmas e preconceitos que entretém o topo da pirâmide, em desfavor dos socialmente vulneráveis. Um segmento ainda mais ofensivo das elites, presta culto à ignorância, opõe-se à ciência e exalta o obscurantismo, como projeto de expansão da estupidez.

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Assistimos, quase sempre passivamente, os poderosos mapeando e delimitando as regiões do país, com o ânimo de melhor dominá-las através da instituição bases eleitoreiras. De fato, as elites não querem o progresso de todos, mas única e exclusivamente a satisfação dos poucos privilegiados do planeta. Principalmente quando a elite econômica cavalga no dorso da elite religiosa. Assim, concluímos que a farinha é nossa, mas o banquete é deles.

19/03/22 ARS – Antonio Rocha.

2 COMENTÁRIOS

  1. E como meu caro Antônio. Eu não vejo um governo fazer um projeto pra acabar com as favelas do Brasil. Remover os barracos e fazer prédios pra os menos assistidos. Se houvesse essa mudança eu acredito que a farinha daria pra todos os pirões… Axé

  2. A elite brasileira é um atraso travestido de progresso e do discurso da meritocracia alicerçada no preconceito. Texto reflexivo sobre esse antagonismo histórico, nao podemos nos abalar!

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