Publicado em 04/08/2022 às 09h30
Revolta e tristeza na família de Gildásio e Alessandra, em Correntina.
O texto a seguir é de Rosineide, irmã da vítima Gildásio.
Parecia ser um Domingo comum, tudo corria em paz e como é de costume. Mas aquele início de noite do dia 17 de Julho, reservava um momento traumatizante. Dirigimo-nos à Igreja e logo no retorno soubemos a triste noticia do atropelamento do meu irmão Gildásio e da minha cunhada Alessandra, ocorrido na BR 135 próximo a Correntina. Dirigimos ao hospital municipal com um misto de sentimentos, pois o acidente foi muito grave e eles estarem vivos era milagre. Eles precisavam de cuidados rápidos.
Minha cunhada foi transferida para Barreiras (HO), apesar de está consciente e lúcida seu corpo estava muito machucado, até a publicação dessa matéria, aguarda condições propícias para a cirurgia na perna esquerda. Mas o caso de meu irmão Gildásio acabou de uma maneira absurda e revoltante, ele estava muito machucado e naquela ocasião, depois de receber os primeiros procedimentos, precisava de um banho, estava cheio de sague pelo corpo; por “coincidência” os profissionais que seriam responsáveis pela tarefa SUMIRAM, restando o meu companheiro que aguardava do lado de fora por noticias, adentrar no leito do hospital e DAR banho em meu irmão, e o fez com ajuda de um senhor que era paciente, mas se prontificou em ajuda-lo.
Foi um momento tenso, pois suas roupas estavam coladas a suas feridas, devido ao sangramento, sendo necessário usar um canivete para cortar parte de suas roupas. As dores eram severas; eu como irmã não tive condições de ver aquelas cena. Um colaborador do hospital, trouxe detergente neutro (desses usados para lavar louça em casa) para usar no banho, como NÃO HAVIA ESPONJA, foi improvisado um pedaço de sua roupa para limpar os ferimentos. Depois de alguns exames necessários feitos, assim início esse triste relato, meu irmão, infelizmente não recebeu os devidos cuidados nesse momento tão complexo. Ficou internado alguns dias sofrendo dores intensas em suas feridas e na sua perna esquerda.
Gildásio foi liberado mesmo sentindo dores na perna esquerda, foi deduzindo pelos profissionais que se tratava apenas de um inchaço resultante do acidente . Não aguentando permanecer em casa devido às dores e a um estado febril retornou ao hospital e por conta própria pediu um raio-X da perna, que confirmou que sua perna estava QUEBRADA, o que pode ser comprovado nos exames. Restou a batalha pela espera de uma vaga em um Hospital que tivesse recursos para fazer a cirurgia, foi uma espera preocupante, mas enfim conseguimos a vaga.
Ele foi conduzido ao Hospital do Oeste, em Barreiras, para fazer a cirurgia, mas como FOI TERRÍVEL descobrir que meu irmão estava cheio de LARVAS (bichos) nas feridas, foi uma dor indescritível para nós familiares, sentimos tão humilhados, tão consternados; nosso ente querido estava sendo comido vivo por bichos, como um animal. Nossa revolta foi imediata.
Temos a certeza que as péssimas condições de atendimento do hospital de Correntina proporcionou essa situação CAÓTICA E MACABRA. Meu irmão continua no Hospital do Oeste e a luta contra a proliferação das larvas tem sido intensa, os profissionais têm batalhado para contornar a situação.
Aqui eu deixo explicito um relato real do que aconteceu com meu irmão, e até mesmo superficial, pois se eu fosse expor os pormenores da situação, acreditem! Eu deixaria muita gente ATERRORIZADA.
Ouvimos muitos relatos parecidos, sobre problemas existentes em alguns serviços de saúde em Correntina. O que foi feito com meu irmão e com outros cidadãos não poder ser apagado, mas creio que através da denúncia, e do posicionamento dos populares, nós poderemos construir um espaço mais respeitoso, onde as pessoas não vivam essa condição humilhante, degradante e fúnebre. Narro aqui esse fato para que outras pessoas e familiares não precisem presenciar e passar por uma situação tão desumana e dolorosa como estamos passando.
Se o BÁSICO não é fornecido à população, imagina o resto!!
Agradeço a Lu pela participação. O tema que sempre foi preocupação em nossa cidade.
É muito triste ver o ser humano tratado desss forma, como se fosse bicho. Descaso e falta de respeito com os pacientes e seus familiares.
Rosinha, triste e lamentável. O município tem que apurar e informar a população o que aconteceu, para isso não se repita.
Desumano, o município precisa responder o registro do médico precisa ser caçado e quanto a direção do hospital creio que todos devem responder judicialmente
As Autoridades responsável têm que dá uma resposta a população e com urgência.
Não caberia aos direitos humanos uma atenção sobre isso? Ou essas pessoas não são humanas, ou elas nao tem esse direito?
Dona Lu, em muita cidades o Judiciário é muito participante cobrando do Executivo. Em nossa cidade tem que acontecer isso e rápido.
revoltante.