Publicado em 21/08/2022 às 10h30
Por Alorof, codinome do poeta correntinense Aloizio França.
DESEMBUXE
Era festa do divino, lá em Correntina. A mulher, que viera do Catolé, já havia comido o bastante para matar a fome de Geraldo Corujão, Zé de Cinza e Toe Corujinha juntos.
A coitada, zanzava pela casa de festa a dentro, buscando algum espaço, algum canto, algum alívio estomacal; alguma coisa, enfim, algum desentupidor; pois desejava comer mais ainda. Ela, perdida no tempo no espaço e com o buxo já alto de tão cheio; ficava num entra e sai por todos os cantos e recantos da casa.
Lá dentro num salão reservado, o festeiro Zé França conversava animadamente com o Padre André e outras personalidades locais, sem batina. Eis que, de sutil aparece à porta do salão a nossa grande festeira que havia comido demais.
Já não aguentava nem falar. Suava frio e tinha os olhos vermelhos que enxergavam comida. Só os ouvidos é que pareciam funcionar um pouco. Foi ai que, ao vê-la, Zé França tentando ajudar a coitada, disse-lhe: “DESEMBUXE”.
Ato contínuo, em meio a um susto, a coitada adentra o salão soltando uma enorme golfada de vômito, aliviando assim a sua barriga! Foi a gota d’água.