Publicado em 24/07/2025 às 11h13.

*Teoney Guerra é Jornalista Provisionado e Corretor de Imóveis.

Reflexão e alerta sobre os festejos juninos.
Teoney Araújo Guerra

     Findo o mês de junho e encerradas as festas “supostamente” alusivas a Santo Antônio, São João e São Pedro é momento de fazer uma reflexão e um alerta. Reflexão sobre os rumos que esses festejos têm tomado, e alerta, especialmente aos prefeitos, pelo mesmo motivo.

Foto ilustrativa.

     Vamos ao óbvio: os festejos juninos são, tradicionalmente, ligados à cultura caipira, à culinária e às bebidas regionais, ao ritmo mais nordestino, o forró, tocado ou acompanhado com sanfona, zabumba e o triângulo. Uma festa com o casamento na roça, as apresentações dos grupos de quadrilha, a queima da fogueira e do arvoredo, o uso das roupas com estampas coloridas, das calças remendadas, e do arrasta-pé.

Foto: ilustrativa.

     Essa é a essência dos festejos juninos, que, principalmente nas duas últimas décadas, passam por uma descaracterização que ameaça o futuro da própria festa.

Foto ilustrativa.

     Os festejos juninos se tornaram uma festa qualquer. Sem nenhum identidade nem compromisso com a tradição e com a cultura. Mega shows sem nenhum sentimento tradicional, cultural, realizados com o único intuito de movimentar a elite do setor de eventos e vender cerveja – patrocinados que são, os grandes eventos, pelas cervejarias.

Foto ilustrativa.

     A intromissão dessa música “urbaneja” nessas festas, então, piorou o que já era muito ruim. Cada noite de festa termina em depressão, com essas duplas que, ao invés de cantarem, choram… os desamores, as traições, as paixões mal correspondidase mal resolvidas… uma desgraceira, de tantas tristezas.

Foto ilustrativa.

     Há festa dita junina cuja grade de atrações contempla o “urbanejo”, o brega, o piseiro, o axé, o romântico… só falta o rock. Tem até o “forró com guitarra, teclado e contrabaixo”. Em Jaborandi, teve até um sambista, cantor de sambas-enredo das escolas de samba cariocas. Uma es-cu-lham-ba-ção.

Foto: ilustrativa.

     É hora dos prefeitos – que são os grandes responsáveis por essa descaracterização das festas juninas – levarem mais em conta o aspecto tradicional e cultural das festas juninas, e menos os interesses dos empresários do setor musical. Ou será que os interesses desses empresários são também os interesses dos gestores públicos?

Foto: Evento junino promovido por João Binga.
Foto: Evento junino promovido por João Binga.
Foto: Evento junino promovido por João Binga.
Foto: Evento junino promovido pela família de Otaviano.
Foto: Evento junino promovido pela família de Otaviano.
Foto: Evento junino promovido pela família de Otaviano.

     É necessário mudar esse rumo dos eventos juninas. E por não haver esse tipo de festa aqui em Correntina, seria importante que, a partir do próximo ano, a Secretaria Municipal de Cultura promovesse um tipo de festejo diferente, sem mega shows. Festas menores, prestigiando os já tradicionais festejos promovidos pela família de Otaviano, e por João Binga. Ornamentando as ruas com bandeirolas, contratando grupos de forró, para tocar nesses eventos, enfim, criando um ambiente atrativo, e incentivando a população a participar de firma mais efetiva deles.

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