Publicada em 13/09/2022 às 08h05
A nota era PERNAMBUCO
Hélverton Baiano
Quando estudei no Educandário São José e depois no Ginásio Comercial de Correntina, mais especificamente no Ginásio, no início da década de 1970, tinha um professor que, para os alunos não curiarem o resultado, dava sua nota colocando, no cabeçalho da prova, uma letra da palavra Pernambuco. Um tempo depois, descobrimos a lógica da nota: era de 1 (um) a 10 (dez), sendo P a nota “1” e o “O” a nota 10. Muita gente dessa época vai saber de quem estou falando. Ele ainda vive, trabalha e é uma figura ilustre e querida em nossa cidade. É um amigo e muito querido. Não vou dizer o nome, porque quero que adivinhem. Ah, sim, ele é casado com uma filha do saudoso e estimado Seo Pedro Ferreira. Por via disso e para relembrar essa época muito gostosa, fiz umas quadrinhas e as apresento a vocês.
PERNAMBUCO
Escondia o professor
As notas no seu cumbuco
De um a dez valiam
O nome de Pernambuco.
Quem se imiscuiu no “P”
Estava era muito lascado
Não passava e sem perdão
Era pecador maculado.
Do “E” quem se dispunha
Um notório não saber
Fazia coisa nenhuma
Precisava aprender.
Também a lugar algum
Ia quem tirava “R”
Era na verdade um três
Que sua vida emperra.
O “N” tão pouco dava
A nota passadeira
Da cor vermelha era
A vergonha sem eira.
Andava pelas metades
Quem o “A” referendava
A letra não era muito
Mas, no entanto, passava.
O “M” já consentia
Em si pequena alegria
Que pouco acima do inferno
Era a primeira euforia.
Era até folgazão
O aluno nota “B”
Mostrava sua razão
Do que era bom aprender.
Quem tirava o “U” na nota
Passava sem ter problema
Era digno de aplauso
Mostrava saber o tema.
O “C”, então, nem se fala
Merecedor de elogios
Era fonte inteligente
Mesmo em tempo estio.
Quem do “O” se imaculava
Se refestelava no Olimpo
Era de honra credor
Era de todos distinto.