Publicado em 11/08/2024 às 17h35.
AOS PAIS: REVERÊNCIA FILIAL
Cinco letras tem o mundo
Cinco letras cifram a vida
Elas formam MÃE e PAI
Com a letra “A” repetida
Casal possui cinco letras
Formação reconhecida
É ali que a existência
Tem origem e guarida
Proteção mais valiosa
MÃE é o universo de rosa
É a natureza colorida
PAI é o âncora de bigode
Que na ordem invertida
Ela é PÃE e ele é MAI
Na luta dura e corrida
Quando ela fica grávida
A sensibilidade é percebida
Metaforicamente falando
Ele também se engravida
Há muitas mães provedoras
Psicólogas e professoras
E há pai que é marida
Porque um pai de verdade
Assume o fardo da lida
Transmite a sabedoria
Da experiência recebida
Ambos têm valor igual
Na aliança consentida
Mãe e pai são dois esteios
Sob a casa construída
Desvelam-se pelos filhos
Removem os impecilhos
Que obstruam a partida
Uma das maiores artes
Que se pode registrar
Criada pela natureza
E o homem pode optar
De longe a mais intrigante
É o exercício de gerar
Maternidade-paternidade
Um binômio espetacular
Que suprema doação
O fenômeno da geração
É o profundo desvelar
Conferir vida à vida
E a espécie se perpetuar
Genitora e genitor
Cada qual no seu lugar
Tem papel imprescindível
Admirável e singular
Mas é a figura paterna
Que vou homenagear
Porque o pai responsável
É uma referência estável
Da célula familiar
Compartilha a missão
De acolher e educar
Dá afeto, dá carinho
É um esteio modelar
Espelha a vida dos filhos
Instrui sem exasperar
Da obrigação de pai
Na pedagogia do lar
Com carinho e disciplina
Aprende e também ensina
Porque corrigir é amar
PAI é uma mãe sem útero
Sem seios não amamenta
Mas compartilha as tarefas
Instrui, corrige e sustenta
É o outro pólo gestativo
E gesta sem ter placenta
Ele é bússola da jangada
Conduz, rege e orienta
Com os olhos no horizonte
Ele é foz e também fonte
Âncora que a tudo aguenta
Ele é professor, é médico
Sempre uma estratégia inventa
Face ao quase impossível
Ele arrisca e se assenta
Na experiência conjugal
Vai em frente e não lamenta
Pai é mais que um genitor
Que à genitora complementa
É regra firme e bastão
Que em certa ocasião
Ralha, mima ou acalenta
Sofre as agruras da vida
O semblante não aparenta
Pai é segurança e amparo
Base que não se arrebenta
Se tropeça busca forças
Na companheira atenta
A paternidade é nobre
Mas a formação é lenta
Por isso, papai querido
Sou-te muito agradecido
O amor por ti aumenta
PAI é o mais rico presente
Que o imponderável nos deu
Esse nome tão dinâmico
O amor paterno escreveu
Filho sem amor filial
Tal palavra nunca leu
Analfabeto da vida
Que nunca reconheceu
Porque também nunca amou
Aquele que lhe gerou
E por sua vida padeceu
Pelos filhos se doou
Noites de sono perdeu
Privou-se do bem estar
Se cansou, adoeceu
Para ver os filhos bem
Comida dormida comeu
Profundos golpes da vida
Com frequência recebeu
Enfrentou os solavancos
Velho com os cabelos brancos
Para os filhos é que viveu
Quantas vezes o filho ingrato
Lhe feriu e ofendeu
E o pai preocupado
Sem dormir amanheceu
Miserável o filho ingrato
Que ao pai aborreceu
É mais pobre e menos alegre
Quem o seu pai já perdeu
Valor do pai não se mede
Nenhum homem lhe sucede
Valorize e ame o seu
Pai é amor polivalente
Difícil de descrever
Os equívocos e defeitos
Não diminuem este ser
É gravado com três letras
Com cinco posso escrever
É homem, longe ou perto
Pai é a régua do dever
Tesouro que não tem preço
Porto seguro e endereço
Pedagogo do viver
É fraco mas tem vigor
Forte até sem perceber
Cai porém se levanta
Nas quedas sabe aprender
Tira lição dos tropeços
Para se fortalecer
Um livro de carne e ossos
No tempo a se envelhecer
Pai é âncora decisiva
Uma biblioteca viva
Que os filhos precisam ler
Metro de medir o mundo
O próprio mundo do amor
Equilíbrio familiar
Na alegria ou na dor
Um tipo de sol doméstico
Por si mesmo agregador
Com a firmeza que corrige
Promove afago e calor
Filhos prestem àtenção
Com carinho e gratidão
Honrem o pai por favor