Publicado em 30/06/2025 às 06h15.

Antonio Rocha.
ANTÔNIO ROCHA: Graduação em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Curso livre em Teologia, especialização em Filosofia Clínica, pelo Instituto Packter e mestrado em Ciências da Religião pela PUC Goiás.

PENAS UM PONTO… DE VISTA!

Foto divulgação MAPS/GOOGLE.

Caro leitor (a)
A meu juízo, o município de Correntina, tanto na aparência quanto na vivência, parece introjetar a triste lógica dos denominados puxadinhos. Puxadinhos, para quem eventualmente desconhece o termo, são as alternativas usadas por moradores de favelas, a fim de ampliar os espaços de seus barracões, sem prévio planejamento, à revelia da técnica, da engenharia e do auxilio arquitetônico. Tudo é feito a olho nu, sem prumo e nem rumo, destituído de simetria. O município parece seguir a mesma via, pelo menos é o que salta às vistas.

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Inegavelmente, Correntina carece de um projeto modernamente sólido, portanto de um plano urbanístico à sua altura. Um projeto pertinente ao ideal de cidade e não a esse ou aquele governo. A propósito, não ouço falar, em lugar algum, sobre o tal plano diretor, instrumento tão necessário ao desenvolvimento de uma polis. A impressão que se tem é a de que não há, verdadeiramente, um efetivo plano de cidade. O que possivelmente há, se sob profundas dúvidas, é um suposto plano de governo que dormita na gaveta, do qual pouco se tem notícias. Penso que os nossos gestores deveriam construi-lo a partir da interação com a comunidade, ouvindo apelos, críticas e sugestões. Deveriam se obrigar a escutar mais as vozes roucas da rua, bem como a orientação dos especialistas. Ao contrário, não se vislumbra no horizonte tal disposição, tampouco o sério comprometimento dos líderes políticos com esse desiderato.

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Diante de tão desalentador prognóstico, apelo à população correntinense que seja mais reativa e supere a inércia, fazendo a gestão municipal ouvir a sua voz. Mas, não obstante os incansáveis apelos, a população parece visivelmente apática, resignada e abatida pelo desânimo. Interpõe-se a indagação: uma hipotética ausência de plano de desenvolvimento, quais sintomas poderiam ser observados pela sociedade? É patente e notório que o município caminha de forma desordenada, titubeante e sem clara definição dos próximos passos. Um ponto crucial a ser refletido: isto é perceptível a todos? Acontece que cada gestor se limita a desconstruir a benfeitoria do antecessor, ou a disputar com ele sua paternidade. Uma das causas desse infantilismo político é ausência de plano e planejamento para desenvolver o município.

Foto divulgação MAPS/GOOGLE.

É inequívoco que o planejamento do município não se restringe a um plano urbanístico que se basta em construir, consertar e conservar fachadas de prédios e edifícios. Além do mais, há de consistir na implementação de políticas públicas com foco na erradicação da pobreza e do analfabetismo. Isto abre caminho para a erradicação de doenças, a geração de emprego, os investimentos em segurança pública abrangente. Sobre o poder legislativo local recai enorme responsabilidade, mas geralmente negligencia tal imperativo. Isto posto, que motivo teria a sociedade para acreditar ou manter algum grau de esperança na classe dirigente? Vale destacar que algumas pessoas já chamaram atenção para essas questões. No próprio Jornal de Correntina, inclusive, o (a) leitor (a) pode encontrar inúmeras sugestões propostas pelos nossos colunistas. A despeito das reclamações, as autoridades se fazem de ouvidos moços e, mesmo assim, lideram um contingente de alienados.

Foto divulgação MAPS/GOOGLE.

Confesso que às vezes me vejo pensando sobre enganosa propaganda que enaltece prosperidade no campo. Isto porque, na prática, percebo que ninguém jamais sentiu os efeitos da propalada prosperidade, traduzidos na distribuição equitativa da renda e em benefícios sociais para o município. A nossa cidade é como um rico miserável: tem riquezas, mas somente o banco vê a cor do seu dinheiro, enquanto o dono vive em condições miseráveis. A conhecida máxima de esperar crescer o bolo para depois repartir é, simplesmente, uma quimera, um engodo, um artífice para enganação.

2 COMENTÁRIOS

  1. UM ASSUNTO DE ENORME RELEVÂNCIA. PORÉM, NÃO É PROBLEMA APENAS EM CORRENTINA. ISSO ACONTECE EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL. PENSO EU, QUE O MAIOR PROPLEMA CAUSADOR, É A FALTA DE MORADIA, CUJOS GOVERNANTES TANTO NA ESFERA, MUNICIPAL, ESTADUAL, E, PRICIPALMENTE, NA ESFERA FEDERAL. ENQUANTO NOSSOS REPRESENTANTES NÃO PUSEREM EM PRÁTICA, AS PROMESSAS DE CAMPANHA ELEITORA, ONDE A MORADIA, SAÚDE E SEGURANÇA EM REPETIDAS VEZES, SÃO PRIORIDADES. PORÉM, NA PRÁTICA…

  2. Em outras palavras o colunista quis dizer que as favelas estão crescendo. Bom, isso pode ter vários fatores como: a baixa renda da população, com a falta de empregos, as pessoas não compram e constroem boas residências em locais mais organizados, outro fator é o surgimento de loteamentos feitos sem planejamentos, eles são muito mais baratos.
    Por fim, até lá no distrito do Rosário, cheio de loteamentos planejados, tem um aspecto de subúrbio. Falta planejar, ter ruas e calçadas largas, com ciclovias e isso claro deveria ter nos bairros mais novos da cidade.

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