Publicado em 22/07/2025 às


A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO EM CORRENTINA
Por Antônio Rocha e Gecilio Souza

Às pessoas envolvidas no processo educacional de forma geral, e aos educadores em particular, a posição de Correntina no ranking da alfabetização básica, causa mais desalento do que perplexidade. Empiricamente perceptível, a municipalidade tem andado na contramão da meta nacional de alfabetização. Todos deveriam saber que educação não se restringe a uma simples estruturação de secretaria, tampouco a uma plataforma eleitoral cuja validade esgota-se com o mandato do gestor. Como área imprescindível ao desenvolvimento civilizatório, a educação deve ser um projeto de nação, de Estado, razão pela qual a contribuição de cada município é uma exigência constitucional. A dramática estatística, da qual Correntina figura-se como uma das líderes em toda a Bahia, confirma a percepção sensível do histórico descaso que perdura até o presente.

É sabido que a negligência com a educação no Brasil é secular e deliberada. Os avanços registrados em alguns governos, nas esferas federais e estaduais, deram-se graças ao engajamento da sociedade e à pressão sobre o parlamento que aprovou uma legislação mais adequada. Porém, para a sua efetiva execução, os entes federados têm a obrigação de observá-la.

Mas, o que esperar de um país, de um estado, de um município que, propositalmente, ignora educadores como Anísio Teixeira, Darci Ribeiro, Florestan Fernandes, Cecília Meireles e tantos outros pensadores da educação? A propósito, o saldo dessa planejada negligência, é o crescente desprestígio da educação e dificuldade na conscientização dos jovens sobre a importância do conhecimento. O descaso não é por acaso, mas um projeto de destruição gradual do sistema inclusivo de educação. A ótica pela qual o gestor interpreta o mundo e a sociedade, o instrui nas escolhas de ministros, secretários e operadores educacionais.

Não restam dúvidas que a educação, em seu conceito jesuíno, desde os tempos mais remotos, assombra governantes que temem o povo instruído. A formação e o desenvolvimento da massa crítica perturbam os gestores que preferem ser eleitos e servidos por gente subalterna. A vergonhosa posição de Correntina no ranking das piores, é a prova inconteste do desprestígio da educação. É óbvio que isto pode desencadear uma onda de frustração e desestímulo aos devotados profissionais da educação em Correntina.

Muitos, com as forças exauridas e alvos de insultos e desrespeito que partem, inclusive, de entes políticos locais. A responsabilidade pelo caos na educação é do gestor público, é do agente político que, ao pleitear um mandato eletivo, deve saber das suas atribuições e obrigações legais. Trivialmente, o mau gestor terceiriza a responsabilidade, transferindo-a para a classe docente. A rigor, o fracasso de um projeto redunda-se no sucesso de um antagônico; a falência da educação inclusiva, democrática e universal representa o êxito da anti-educação, da sápio-exclusão.

O poder público, sobretudo na esfera municipal, falha no reconhecimento e na remuneração dos docentes e, consequentemente, na formação dos discentes. Por imperativo lógico, as escolhas e as ações do gestor repercutem na ponta, no exercício do magistério, na gestão escolar. A identidade do gestor público e seu tempo à frente do município não o exime da responsabilidade pelas mazelas da municipalidade. A considerar que, na geometria política ninguém é ingênuo, é razoável esperar dos dirigentes a autocrítica e a revisão de seus inconsequentes projetos. As repercussões do sofrível desempenho de Correntina na área da educação, além de outras, rompem as fronteiras da Bahia e do Brasil. Estamos muito mal na fita, na foto e no mapa. E, se fizermos um rigoroso prognóstico, as perspectivas para os próximos anos são piores.

Sem alarmismo ou qualquer pessimismo paralisante, convoca-se os trabalhadores da educação à resistência, à partipação política e à luta pela educação qualitativa, universal e inclusiva.
.
*”O poder público, sobretudo na esfera municipal, falha no reconhecimento e na remuneração dos docentes e, consequentemente,”*
Professor antes do Plano de carreira do magistério e da criação do PISO DO MAGISTÉRIO em 2002, sim o professor ganhar salário igual aos pedreiros o equivalente a 1.8 salários mínimos… Não desqualificada o função do pedreiros. Lembro bem que sempre cobrava pra que o salários do professor fosse no mínimo igual do vereador, hoje após progressões tem salários bem superior
Hoje com salário maior que dos vereadores o professores com maior salário do município chamando alguns a ganhar quase 8 salários mínimos… Fico perplexo quando vem alguém que usada de desfaçatez dizer que os professores não são reconhecidos com salários condizente…
Falo por mim… Salvo, alguns, poucos professores pelo que estão oferecendo na sala de aula o município poderia reduzir pela metade que já estaria pagando um excelente salário.
Correntina se destaca como o município que paga os maiores salários do magistério em contrapartida os professores entrega os piores índices da Educação da Bahia nas salas de aula. Esse é meu ponto de vista. Smj