Publicado em 03/06/2023 às 16h40
A visão de Correntina vista de um bar.
O bar desde de sempre foi visto com muito preconceito pela a sociedade. Na minha opinião esse preconceito não só vem do uso exagerado de álcool, mas da liberdade que tem os frequentadores. Não estou aqui defendendo o uso exagerado de álcool, mas quero falar do bar no sentido que quando não tinha redes sociais.
o bar era o ponto de concentração das notícias do cotidiano das pequenas cidades. Hoje o cidadão comum com a liberdade que tem nas redes sociais se sente um juiz de todos os assuntos. Isso já era feito nos bares antigamente, pois como diz a letra da música de Reginaldo Rossi, “no bar todo mundo é igual”.
Com algum tempo atrás de um balcão, eu posso ver que a psicologia de boteco sempre foi tratar o tráfico como cómico, um recém separado, ele só procura um bar se quiser ver o lado cómico da sua separação. No bar o desocupado fala mal do pastor, do prefeito e até do delegado. lá os caras entende de tudo um pouco: economia, futebol, política, culinária e até padrão de beleza.
Não sei onde os caras entende tanto de padrão de beleza das mulheres que passam pela a frente do bar. Lá a feia fica bonita é a bonita fica feia. Muitas mulheres já sabem que para ser bonita e só não desprezar aquele público. Um bom dia e uma certeza de ser a mais bonita da cidade.
No bar das pequenas cidades e onde as pessoas lapidam as histórias, não tem como lá eles vão mexer na história real. A história trágica de dona Maria com certeza ela vai virar cómica.
Há uma regra muito respeitada nos bares, geralmente não tocar no assunto durante as semanas que o cara levou um chifre, ou tomou uma surra, ou a filha engravidou do namorado que o cara não gosta. Esses assuntos não são abordados nas primeiras semanas, os caras vão perceber quando ele tiver pronto para falar do assunto. Só lembrando que esses assuntos não é falado na presença dele.
Regra importante, jamais tente zuar o dono do bar, ele sabe de sua vida mais que você mesmo. E os políticos inteligentes sabem disso, sempre trata os donos de bares com muita estimação, e sempre que passa pela a frente de um, se não parar um pouquinho para deixar duas pagas, toca aquela buzina frenética como se tivesse muito apressado, mas tem que demonstrar que está feliz em ver os frequentadores é o dono do bar!
Excelente, Fred. Psicologia de balcão na veia, gostei. Agora, cá pra nós, você inteligentimente mandou, nas entrelinhas, recados bem endereçados. Parabéns.