Coluna Fatos & Negócios – Turismo em Correntina faz 50 anos

Publicada em 15/05/2023 às 10h42

Turismo em Correntina faz 50 anos

Há meio século, nossa cidade atrai visitantes da Bahia e de outros estados

Há meio século, o prefeito Teófilo Pedro da Silva Guerra, o Guerrinha, concluía e entregava à população de Correntina a área de lazer que foi denominada de Ranchão, após urbanizar a ilha, erguer o rancho, estabelecimento comercial – bar e restaurante – e construir a ponte [mais antiga] que liga a margem direita do rio à ilha.

Um equipamento de lazer para a população local, mas que, para o gestor, simbolizava o inicio de uma nova era para a nossa cidade: o primeiro passo no seu projeto de torná-la uma “cidade turística”. Transcorria o mês de maio ou junho [Guerra não guarda de forma precisam, na memória, essa data] de 1973, primeiro ano do seu [primeiro] mandato.

Inaugurado o Ranchão, o prefeito deu início aos trabalhos de implantação do outro ponto turístico, as Sete Ilhas, que só ficou pronto no seu segundo ano de governo. Enquanto isso passou a divulgar a cidade, em matérias veiculadas nos meios de comunicação da região e de Salvador, e, visando divulgar Correntina também em Goiânia, cidade que ele acreditava que seria um grande emissor de turistas para a nossa terra, convidou e trouxe a Correntina, no mês de setembro, o prefeito da capital goiana, Manoel dos Reis, homenageando-o com o título de cidadão Correntinense. Para isso, Guerrinha contou com a influência de Ubaldino Rocha, filho de Correntina que era vereador na capital goiana.

Na sua visita, Manoel dos Reis trouxe consigo boa parte da imprensa da capital goiana, que noticiou o fato e destacou Correntina como destino turístico para o povo goiano.

Naquele mesmo ano, Correntina recebeu uma “excursão” de goianos e filhos de Correntina que residiam em Goiânia, que foi organizada por Louro de Leônidas, um correntinense residente naquela cidade, entusiasta da ideia de tornar a nossa terra “cidade turística”. Foi a primeira de muitas outras caravanas que vieram a partir daquele ano.

Também em 1973, Guerrinha criou a frase “Cidade carícia de eterna primavera”, com a qual passou a divulgar nossa cidade. Hoje, se usa apenas “cidade carícia”.

A partir então, os correntinenses residentes em Goiânia e seus descendentes passaram a vir com frequência à terra natal, divulgando-a, na volta, para o povo goiano. Paulo e Tonho, filhos de Ubaldino, e Lusdalma, sobrinha, foram uma espécie de turistas pioneiros nessa divulgação informal da nossa cidade na capital goiana.

Tempos de estrada de terra batida; no gerais, muita areia; uma viagem de Goiânia até Correntina nos caminhões ‘dos Badeco” ou em outros que faziam o transporte de cargas e pessoas entre as duas cidades durava até mais de uma dia. Foi assim começou o turismo na nossa cidade.

No seu segundo ano de governo, Guerrinha concluiu as obras – urbanização do arquipélago e abertura da estrada que dá acesso ao local – e inaugurou o outro ponto turístico, as Sete Ilhas. Deixando como legado da sua administração os dois pontos turísticos, e a cidade conhecida na Bahia e em Goiânia, com o principal destino turístico do oeste baiano.

DE BAR A PONTO TURÍSTICO – Antes de ser o ponto turístico que é hoje, a ilha do Ranchão abrigou um pequeno bar, que funcionava em um ranchinho que foi erguido sobre quatro forquilhas por Reinaldo Alcântara, o Reinaldo do Elite. Nele, nos fins de semana, o seu “proprietário” vendia bebidas e alguns tira-gostos. Para dar acesso a quem não queria atravessa pela água, Reinaldo estendeu dois troncos de árvores grossos ligando a margem direita do rio à ilha do Ranchão.