Publicado em 02/06/2023 às 14h50
Resposta a um artigo preconceituoso
Senti uma profunda tristeza ao ler o artigo intitulado “DESMASCARANDO A FARSA COMUNISTA!”, publicado aqui no Jornal de Correntina na semana passada e assinado por Gilson Magalhães. Que na realidade não desmascara nenhuma farsa, e nem sequer a aponta.
Aliás, no artigo, o autor simplesmente elenca umas ideias preconceituosas que tem na cabeça, e do nada, ofende a população baiana de forma vil.
Diz que “a taxa de desemprego é de 14,4% na Bahia, mas deve ser ainda maior”; que “o comunismo recebeu 80% dos votos na Bahia”; que “a bandeja do ovo que era de 15,00 no governo Bolsonaro e agora é de 29,00 no governo Lula”; que “na Bahia comunista somos o 1º lugar”. Frases soltas, desconexas; um texto sem lógica que, ao meu modo de ver, é um tremendo besteirol, cuja intenção foi unicamente xingar os baianos.
Acho mesmo que ele perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado. Pois, ficar calado é bem melhor do que dizer besteira. Ou não?
O que mais me intrigou: onde ele obteve a informação dando conta de que “o comunismo recebeu 80% dos votos na Bahia”? Se dos 63 deputados estaduais baianos eleitos há apenas 4 do PC do B; dos 39 deputados federais do nosso Estado, há apenas 2 do PC do B? Se o governador não é do Partido Comunista, assim como o vice, e o Partido Comunista não tem nenhum dos 3 dos senadores baianos?
Se no seu artigo, ele está se referindo aos 72% de votos que o candidato Luiz Inácio obteve no nosso Estado no pleito de 2022, também está errado. Porque esses 72% dos votos nunca foram “dos comunistas”, e não podem ser creditados a essa “ideologização” à qual há quem se refira como havida no pleito do ano passado, que, para mim, é mera ilusão. Esses 72% dos votos foram, em grande parte, de pessoas que se sentiram beneficiadas pelo Bolsa-Família, pelo Luz para Todos, e outros programas sociais que o Luiz Inácio criou nos seus dois primeiros mandatos.
Infelizmente ele falou do que não conhece, do que não tem, sequer, noção.
Gilson, meu caro, tome conhecimento de uma coisa. Aqui na Bahia, ainda hoje, as forças politicas ou “as ideologias” que movem a política baiana são o Carlismo e o Anti-carlismo; o Petismo e o Anti-petismo. Fazer “análise” da política local sem levar em conta essas forças ou esses grupos políticos é puro achismo, é dar pitaco, nunca fazer análise. E lhe digo mais. A influência do “comunismo” sobre o eleitorado daqui da Bahia nunca foi de 80%, é algo bem próximo de 0%.
Quanto às palavras preconceituosas e racistas que você utiliza para xingar sem motivo o povo baiano, causaram-me um sentimento de dó. Dó de quem guarda tanto ódio no coração. Que esse ódio sirva pelo menos para manter-lhe bem longe da nossa querida Bahia, e nunca voltar a pisar esse solo que amamos. O que certamente será bom para você e creio, para nós baianos também.
Democracia é isso, cada cidadão tem o direito de se expressar livremente, respeito seu direito de se posicionar e, não retiro nenhuma vírgula do que falei. Dê uma olhada no site Bahia índices, que entenderá o que falei. Toda regra tem exceção. Mas, dê uma volta por todo o País, que ouvirá a fama de preguiçosos que o baiano tem, até me recuso identificar como Baiano.
Politicamente falando, realmente a maioria dos políticos baianos, são picaretas mesmo, usurpadores do erário público, com uma maioria de eleitores mentes retrograda, que mantém esses hipócritas no poder, escravizando a massa, enganando com esmolas.
O que dignifica o ser humano, é educação e trabalho. Me diz aí, qual a dignidade que o povo tem, com essa corrupção impregnada, com omissão de quem deveria punir?
Gilson Magalhaes, obrigado pela participação. E a democracia é isso, cada um tem seu ponto de vista e o debate é no mundo das idéias.
Ser democrático, é respeitar o contraditório, cada um tem o livre arbítrio de externar o que pensa. Percebo que vc é um esquerdista que defende sua bandeira, é um direito seu. Só que minha opinião ninguém muda.
GSM isso mesmo, isso é ser democrático. E o JC tende a proporcionar sempre esse debate de idéias. Assim Caminha a Humanidade, como diz a canção da banda brasileira de rock Resgate, de seu álbum Pretérito Imperfeito, mais que Perfeito, lançado em julho de 2011.
Concordo plenamente com Teoney Guerra.