Publicado em 13/09/2024 ás 06h20
A ARTE DO MEU BEM COMUM
Os políticos não são ruins; eles só são mal interpretados. Justiça a eles seja feita! Antes de julgá-los é prudente bem conhecer a sua verdadeira natureza. Pois, a natureza do político está longe daquilo, do que dele pensamos e esperamos. É um ser versátil, adaptável, camaleônico, sub-reptício, de uma metamorfose indiscutivelmente operante. É que político é bicho criativo… Contrariando sempre a máxima aristotélica, que assim leciona: política é a arte do bem comum.
Injustos somos nós, quando nutrimos descabida expectativa, colocando sobre os seus ombros responsabilidades que não lhes cabem. É que, os políticos não estão aptos a resolver os problemas da sociedade. Já que estão demasiadamente ocupados consigo mesmos, com os problemas de seus familiares, com os apelos dos amigos e daqueles que pertencem ao seu ciclo mais próximo.
Portanto, querer colocar nas mãos dos políticos, a solução dos graves problemas que afligem o Estado e a Sociedade, é querer demais. Eles são especialistas mesmo é em entretenimento. Entretêm-se na contagem do seu próprio dinheiro e na proteção do seu patrimônio, sem ter tempo pra mais nada. Nem mesmo para pedi a bênção à mãe ou botar a bênção nos filhos.
São, os políticos, pós-graduados em organizar estratégias, em compor com inimigos, cooptar opositores e outros de reputação duvidosa, desde que tenham neles seus interesses reconhecidos e contemplados. Assim, não me espantam as suas complexas engenharias e habilidades na comunicação em véspera de eleições. Como eles são hábeis em resolver problemas, superarem obstáculos e estender a mão aos seus desafetos…! Não comparando mal e que Deus me perdoe o despropósito, até parecem os bons romeiros em peregrinação, fazendo promessas nos Santuários do país. Ou, anunciadores de ação graças, no qual o impossível vai se tornando possível.
Nesse cenário, todos os grandes problemas que foram insolúveis durante a gestão de quatro anos, agora parecem passíveis de solução.Tudo reaparece: os amigos, os inimigos, a dinheirama, os recursos, os culpados, os inocentes, os inadimplentes, os ilibados e cumpridores dos deveres. Enquanto isso, os filhos da pátria, digo da boa patroa, seguem como autoproclamados mediadores e saneadores de conflitos; devotos da boa moral e dos dogmas da religião.
Dissipado o equivoco, compreende-se que a arte do meu bem comum não é o mesmo que a arte do bem da coletividade. Isso porque, a arte do meu bem comum visa só o bem de si mesmo e dos seus pares. Quem diz haver incoerência nisso, não compreende que outra lógica é possível. A isso, chama-se: lealdade à deslealdade. Nessa lógica, ser bom político é ser bom ator, bom comunicador, bom contador de história e de dinheiro, e, principalmente, bom ilusionista. O único papel que não lhe cabe nesse palco, é o de Pagador de Promessas. Atenção! As regras têm exceção…
05/04/22. ARS
Salve, Antônio Rocha Souza! Este era o texto que sempre esperei de você. Finalmente chegou! Um texto realista e combativo. Atendeste finalmente ao chamado da História! Receba os parabéns do seu eterno admirador!
É Antônio.. a política e suas politicagens… O povo sofre por ser dominado por grupos que se reúnem na calada da noite. É duido é duido. É difícil suportar tanto fardo .