Publicado em 27/10/2025, às 06h10.

Antonio Rocha.
Possui graduação em Filosofia pela PUC Goiás, graduação em Direito, Licenciatura em História, Curso Seminarístico de Filosofia pelo Instituto de Filosofia/teologia de Goiás, Curso livre em Teologia (1993), especialização em Filosofia Clínica, e mestrado em Ciências da Religião pela PUC Goiás. Ex- Professor efetivo da PUC Goiás, foi professor convidado do Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás.

O VAI OU NÃO VAI DE CORRENTINA.
Por Antonio Rocha.

Foto ilustratia.

Começo a reflexão de hoje com o refrão musical do bem-humorado cantor e escritor Martinho da Vila, que assim diz: “Vai ou não vai…, vai ou não vai…; vai ou não vai… Se não vai eu vou!” A propósito, quem nunca se deixou embalar pelo gostoso molejo desse grande sambista brasileiro? A letra do samba parece cobrar uma decisão, ao concluir com a frase: “…se não vai, eu vou!  Pois é,  caro (a) leitor (a), Correntina parece andar aos solavancos. Não decide se quer ou não,  deixando-me nessa de horror, parafraseando aqui nosso Djavan na sua canção genial, “Se”. E continua a canção…”eu levo a sério e você disfarça; …insiste em zero a zero mas eu quero um a um.”   Que fique claro! Eu disse: parece; não afirmo. Não obstante, escuto a todo tempo alguém dizer: agora vai!  Outros, contradizendo porém retrucam: não vai não; ela não vai! É nesse puxa-encolhe,  nesse diz não me disse, nessa “lancantina” que essa velha “Senhora” vai andando aos trancos. Tudo, por pura birra! Birra da politicagem que rima com malandragem…

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Não duvide hein! A cada ano eleitoral é a mesma coisa… A mesma linguagem eleitoreira reivindicando para si, as promessas mais alvissareiras possíveis. E o povo dizendo: agora vai; Correntina desta vez vai!  Assim, cada promessa feita faz brilhar os olhos dos eleitores, até incandescer. Cuidado! Se encandear, cega. Contudo, apesar do risco, há quem nutra esperança e expectativas. Esperam como uma criança, desejando brinquedo de Papai Noel. Porém, nem sempre Papai Noel vem. Aliás, infalivelmente, não vem…  Isso mesmo; para a frustração geral da nação!

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Apesar disso, emerge o grupo dos consoladores que insistem em afirmar que tal presente virá. Enquanto aliados argumentam: já veio sim, só você não percebeu! Claro, veio mesmo… Mas, veio na casa de poucos. Meia dúzia, talvez. É que, de mim, não perco meu tempo fazendo contas.  Ademais, essa gente age como torcida de futebol. Eles torcem das arquibancadas, para o outro time perder. Todavia, a nossa Correntina não é um time de futebol, jogando contra adversário. Ela joga para si mesma; joga para  todos ganharem. Sendo assim, somos todos torcedores da Cidade. Ou não?  Seria o certo, não acha?  Isso mesmo! Todos torcendo pelo município, para o bem do povo.

Foto ilustrativa

Certo seria que, depois das eleições, todos pudessem dar as mãos e caminharem juntos para uma próspera gestão. A torcida, por seu turno, devia ser uma torcida única. Na unidade de sonhos, de objetivos, e na colheita dos frutos com justa partilha.   Deixe a paixão pelo partido, para as próximas eleições. Contudo, e apesar disso, remanescem aqueles que seguem com promessas requentadas. Agindo assim, enquanto uma parte torce a favor da gestão atual, a outra parte torce contra, esperando ser a bola da vez do próximo pleito, para se locupletar. Como diz Vinícius de Moraes no Canto de Ossanha: “o homem que diz dou (não dá) porque o homem que dá mesmo (não diz); o homem que diz vou (não vai), porque quando foi (não quis)”

Foto ilustrativa.

E assim Correntina vai curtindo o seu vai e-vem, como numa gangorra num sobe e desce. Desse jeito não vai para frente!  É que, quando um grupo empurra para frente, o outro puxa para trás, como que numa antiga brincadeira de infância, o “puxa-puxa da corda.” Nessa disputa de ego, a cidade vai caindo da égua, estagnando em águas paradas, quedando na paralisia. Correntina não vai por que não a quer indo; por que não a deixa ir. É como uma vaquinha de leite… Enquanto não sugam a última gota, não a deixam pastar.

Foto ilustrativa.
Foto ilustrativa.

Por fim, Correntina é verdadeiramente prisioneira da ambição daqueles que faturam alto, às custas da dilapidação do seu patrimônio. Enquanto tais agentes não decidem se querem ou não deixar a cidade avançar, o município continuará nesse vai ou não vai, como numa morte mal morrida.

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