Quem hoje lembra de carros tipo: Synca Chambord, Dauphine, DKW (VEMAG); das músicas: Alo Cupido, Diana, Calhambeque; Jogadores de futebol renomados, no contexto mundial: Garrincha, Amarildo, Nilton Santos e em Correntina dos campos de futebol na beira do Rio no Moinho, perto da casa de Berto e Bazú; do Buracão que ficava onde é hoje o bairro São Lázaro; do rua de lá contra rua de cá no areão em frente da casa de seu Guilé e o açougue de seu Tonho; das peladas na frente da casa de Celso perto do Remanso, onde existe hoje uma construção de casas que enfeiam a margem do Rio, relembrar tudo isso até dá saudades e tristeza…. Destes campos, destas peladas surgiu, despontou o futebol de Correntina nos idos de 1965 a 1975, dez anos de ouro, que construiu uma das maiores seleções do Município, onde jogaram: Tonho Corujinha e Geraldo Corujão, irmãos, Lourão, Adalto, Javan, Juvenal, Nem de Baia, Lucinho, Pixaxa, Aldemiro, Hermes, Zim Monteiro, seu irmão Dão, Argeu, dentre tantos outros, formando times do naipe de Botafogo, Palmeiras, Cruz Vermelha, Cruzeiro, bons tempos, muita saudade, muitas amizades, muita alegria! Jogadores e futebolistas que honraram o esporte bretão, desportistas que se fizeram homens sem se envolverem com pó, fumo proibido, honraram o prazer de praticar o bom futebol, que massificou e contagiou o povo de modo geral em todo Munícipio, numa época que o campo era aberto, um descampado, jogadores aos domingos iam para o campo na carroceria de um caminhão. Jogadores que representaram e integraram seleções de outros Municípios, em jogos especiais, Santa Maria da Vitória e Bom Jesus da Lapa, no caso Lourão (SAMAVI) e Lucinho nas duas,(SAMAVI e LAPA) cheguei até a excursionar em 1966 com o Esporte Clube Bahia pelo interior do Estado com jogos em Juazeiro-BA e Petrolina-PE por intermediação do Delegado de Polícia de Correntina, na época, tenente Cecílio que era sócio benemérito do Bahia!. . Em Petrolina tive a oportunidade de reencontrar o engenheiro Armando, ele que foi juiz de uma partida de futebol entre Correntina e Santa Maria da Vitória, realizada em 24.08.1965, jogo que ganhamos por 3X2 com os três gols marcados por mim, segundo gol um canhonaço que arregaçou e furou a rede! O nobre juiz, em Petrolina fez todo tipo de proposta para que eu ficasse em Petrolina-PE e me engajasse nas indústrias Coelho no time Caiano, recusei-as! Em Salvador fui visitado no Hotel São Bento, várias vezes por (Marito), cunhado de Dr. Osmaldo, Promotor de Justiça de Correntina, que encaminhou carta de apresentação sobre meus dotes futebolísticos, para que ele me encaminhasse junto ao Galícia Esporte Clube, onde era tesoureiro, levou-me inclusive à sede do time e ao campo para assistir treinos, registra-se que em 1967 o Galícia foi vice-campeã baiana e campeã em 1968, agradeci e voltei para Correntina, cuidar de minha mãe! Registro que há alguns poucos anos atrás estive na Lapa, entrei num bar no bairro Santa Luzia e pedi uma coca cola, tomei, levantei para pagar o proprietário disse, perguntando: é Lúcio…respondi sim, ele se deliciou lembrando de um jogo seleção da Lapa e Humaitá de Vitória da Conquista, empate de 1X1, gol da Lapa feito por Evandro da SUCAM concluindo jogada nossa, nos abraçamos vivemos momentos de satisfação renovada, esse é o esporte reflexo do amor e da paz, dispensou o pagamento!. Lembro como era bom e divertido ver um monte de garotos felizes, tendo jogadores como ídolos, alguns imitavam até o andar do seu preferido, uma sensação gratificante que a bola proporcionava, além do interesse feminino por esse ou aquele, sentíamos prestigiados, valorizados socialmente, dia de jogo local a Cidade se deslocava toda para o campo, uma vibração total, uma disputa aguerrida, fanática e estimulou a criação de times no interior do Munícipio como Guarany na Cobra Verde, Cerco na comunidade do mesmo nome, Matão e por ahi segue! Por outro lado, quando os dirigentes acertavam uma partida intermunicipal o deslocamento para aquele jogo era um Deus nos acuda, jogador de futebol era tido como vagabundo! O gestor do Munícipio era o menos sensível ao esporte, e esta demonstração se destacava, quando da concessão do transporte, até de caçamba viagens foram feitas e ainda assim, todos viajavam contentes e felizes. Íamos jogar bola, esta era a essência! A evolução, a necessidade, as responsabilidades, foram surgindo e os companheiros foram se debandando em busca de melhor qualificar suas vidas e assim, a seleção foi enfraquecendo, os times sem condição de repor nomes e de repente tudo acabou, dizem que houve politicagem, até a Liga Desportiva de Correntina-LDC, cerrou as portas, mas valeu por tudo que deixou de salutar, por aquele convívio, amizades e respeitos conquistados. Ainda hoje prevalecem. As figuras de homens como; Walter Santos, Raimundo Costa Oliveira (Seu Raimundo), Raimundo Martins da Costa (Iozinho), Aderbal Ramos de França, são inesquecíveis, enquanto diretores e presidentes de agremiação. Bem assim ocorreu com a seleção brasileira de futebol, perdeu craques, reposições difíceis, adversárias evoluíram e já não se ganha mais tão facilmente como foi em 1958 e 1962, vide os desastres de 1982 e 1998, para não se comentar a derrocada de 2014, mas, ainda assim estamos na frente da concorrência. O nosso campo se transformou em estádio, graças a Deus. Pena que os nossos campinhos da periferia e dos areões de rua, onde se formavam os craques, que modelavam cinturas e pernas hábeis para o drible e tonificavam músculos para os potentes chutes sumiram, foram engolidos pelo progresso. Assim também, desapareceram as bolinhas de borracha e as de meia que permitiam meninos, garotos, ficarem brincando na sua rua, chutando e defendendo, a bolinha de borracha ou de pano, quase sempre feitas com as meias do pai, todos sonhávamos com a bola de couro “capotão”, eram numeradas de 1 a 5. Treinamento que possibilitava o esmero na qualidade do domínio da bola, onde batesse no corpo parava não havia rebote, para o adversário, a sutileza e precisão do chute colocado, geravam cambalhotas e pulos socando o ar, em cada acerto em cada trivela. Hoje são substituídas por bolas de plástico, couro, grandes, que inviabilizam o uso na frente das casas, nas ruas, fluxo de veículos aumentou… e a agilidade treinada entre cones, nas escolinhas de futebol, que permitem a execução do treino, mas, não flexibiliza a cintura e nem flexiona as pernas para a autenticidade criativa, espontânea dos dribles futuros, na construção de jogadas que embelezam o futebol e faz o criador e criatura sorrirem, ou seja quem fez a jogada e quem fez o gol vibrarem, passando tudo isso para o torcedor! Este é o espetáculo, esse é o ambiente onde ele, o craque, nascia nas ruas, nas várzeas indo para os campos do mundo, foi assim com Garrincha, com Dener, com Robinho, com Neymar e tantos outros. Porque não revitalizar a vida desportiva, ofertando espaços para treinamentos. Enquanto garotos estão praticando ensaios nos campos de futebol, vôlei, basquetebol, natação e tantos outros esportes, ficam longe dos vícios que maculam vidas… Falo assim de cátedra porque naquela época das dificuldades nos idos de 1972, enquanto vereador pedi a um Rondon que nos visitava e traçamos as linhas de construção da Quadra Beira Rio, que hoje serve aos nossos jovens em Correntina, passei pelos comerciantes da época várias listas pedindo doação para comprar cimento e dar início a construção, até que Guerrinha enquanto secretário de administração, encampou a nosso pedido e fez o piso e os degraus da arquibancada, traves e garrafões. Nela ministrei aulas de educação física para muitos dos nossos correntinenses, enquanto professor de educação física do Educandário São Jose, bem como jogamos muito futebol de salão. Vale lembrar que em outras gestões a quadra foi ignorada e nela foram instaladas lonas de circo, exibiram filmes e onde por certo, alguns palhaços, também, tendo no seu centro o picadeiro sorriram das autoridades que fomentaram essas decisões. Causaram um grande dano aos jovens, que ficaram sem espaço para a prática de esporte e lazer, naquele período, assisti jovens chorando, um verdadeiro crime desportivo, social e cultural! Afinal reclamar para quem? Aquele espaço era cedido pelo governo municipal!!! Ainda bem que os tempos são outros e ela hoje é ponto de sustentação desportiva e apoio cultural, enquanto logística, para toda uma sociedade, vibro de contentamento e alegria por ter sido eu quem deu o pontapé inicial para esta concretização! Muitos dos nossos companheiros de bola, de seleção já nos deixaram foram convocados para jogos na espiritualidade, a eles as nossas saudades, as nossas considerações aos familiares que são nossos amigos o meu muito obrigado pela convivência que tivemos e temos. Presto aqui as minhas homenagens póstumas! A música hoje virou coisa de louco tem ritmo de tudo quanto é jeito, estilos de dança que não agrega valor nem disposição para jovens dos anos 60-70, mas fazer o que, aplaudir, evoluir é preciso, mas, confesso, na minha época havia mais romantismo, mais sensualidade e às vezes o idílio aflorava entre os casais! Os carros, sim, estes evoluíram, desde a época do Collor de Melo, pois ele denominou todos da época de 1980-90 como carroças e abriu o mercado e assim novas tecnologias foram agregadas, hoje temos veículos no Brasil que agrada a gregos e troianos, o que manda é o bolso do comprador! Falando de historinhas do passado, nostálgico, pode até ser, mas o olho está no futuro, porque temos e devemos nos espelhar no que foi e é bom, para buscarmos o melhor, a essência na qualificação. Evidente, que deixando de lado as ações e atos pouco dignos ou infelizes, que ainda assim servem de exemplo para se evitar retrocessos culturais, morais, etc…! O objetivo é investir em ações, tudo nasce a partir do pensar do sonhar do idealizar, tudo é possível basta acreditar, portanto, pensemos grande, vamos criar e participar, o que ora aqui é reeditado serve como parâmetro para se tomar iniciativas. Vamos ser proativos na construção de uma Correntina melhor! Afinal o Munícipio é nosso, a Cidade é nossa, a cultura e vida são nossas, vamos vivê-las, exercendo a nossa cidadania com um amor intenso, vamos ser exemplo de dignidade e urbanidade participativa! Sejamos como a Fênix, renasçamos das cinzas…Afinal a sensibilidade do homem de hoje está mais bem assistida, a produtividade pode ser até patrocinada independentemente de lados A ou B!!!! O importante, o fundamental é à vontade, o querer buscar o melhor!!!
Vibrei aqui, viajei nos pensamentos, vendo tudo q fazíamos antigamente, parabéns pela matéria.
Obrigado Rony por ser um leitor presente.