Publicado em 19/07/2025 às 17h30.

O Estado da Bahia obteve o pior índice de alfabetização do Brasil e Correntina um dos piores da Bahia.

Foto do Governador da Bahia Jerônimo Rodrigues do PT.

O Brasil não cumpriu a meta de alfabetizar 60% das crianças da rede pública em 2024, de acordo com os dados do Indicador “Criança Alfabetizada”, do Ministério da Educação (MEC).O Estado da Bahia registrou o pior desempenho do país, com apenas 36% das crianças alfabetizadas, ficando à frente apenas do Rio Grande do Sul, que enfrentou um estado de calamidade pública devido às inundações. Para 2030, a meta nacional é atingir 80% de alfabetização.

Foto divulgação.

A avaliação foi realizada entre outubro e novembro de 2023, com mais de 2 milhões de alunos analisados em 42 mil escolas públicas de 5.450 municípios. Os números revelam uma crise alarmante na educação infantil, especialmente na Bahia.
Na contramão do que se espera, Correntina registrou um índice ainda mais preocupante: apenas 26% das crianças estão alfabetizadas ao final do 3º ano. Um resultado catastrófico que compromete o futuro de toda uma geração, mas que não ecoou com a gravidade necessária nos órgãos responsáveis pela educação do município.

Foto: Secretário de Educação Clériston Mota.

O secretário municipal de Educação, pastor Clériston Mota, ao invés de apresentar medidas concretas para reverter esse cenário, usou o espaço em uma emissora de rádio no dia 18 de julho para justificar o fechamento da escola da comunidade de Boa Vista — decisão que tenta camuflar com o termo “nucleação”, mas que, na prática, representa o abandono da educação no campo. No programa, chegou a afirmar que não tinha intenção de fechar a escola, o que contraria os fatos e a realidade enfrentada pela comunidade.

Foto: Advogada Secretária da Educação da Gestão do ex-prefeito Maguila.

Durante sua fala, o secretário falou em “entregas”, mas, até o momento, a única entrega concreta foi a de um desjejum escolar. As promessas de uniformes seguem apenas no discurso. É válido lembrar que Correntina, no último mandato, teve à frente da pasta da Educação a advogada Carolina César de Araújo, cuja atuação foi marcada, não por avanços pedagógicos, mas por uma gestão submissa aos interesses políticos do então prefeito Maguila, sem compromisso real com o desenvolvimento educacional do município. Agora, a pasta está nas mãos de um pastor evangélico — e os resultados falam por si: 26% de crianças alfabetizadas.

Foto: divulgação Ministério da Educação(MEC).

Mais grave do que os números é o silêncio cúmplice. O Jornal de Correntina aguardou, por oito dias após a divulgação oficial dos dados pelo MEC, alguma manifestação do Conselho Municipal de Educação, da Câmara de Vereadores, da Secretaria de Educação e até mesmo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINDTEC). Nenhuma resposta foi dada à população. Nenhuma nota de esclarecimento. Nenhuma convocação de audiência pública. Nenhuma proposta concreta. Nenhum plano emergencial.

Foto: divulgação site Nova Escola.

Onde estão esses órgãos? Por que não utilizam os espaços de fala que possuem, seja nas rádios, nos conselhos, nas tribunas ou nas redes sociais, para levantar preocupação, chamar a comunidade para o debate e alertar sobre o perigo do analfabetismo que está se generalizando no município? Onde estão as crianças dessas pessoas? Será que elas estudam nas mesmas escolas públicas em que 74% não estão sendo alfabetizadas? Ou os filhos e netos de secretários, conselheiros e representantes sindicais estão seguros nas escolas privadas, enquanto os filhos do povo enfrentam uma rede pública esvaziada, desvalorizada e silenciada?

Foto: divulgação JC.

A omissão desses atores levanta um questionamento que pode incomodar, porém necessário: manter uma população analfabeta é parte de um projeto de poder? Afinal, cidadãos informados, conscientes e com pensamento crítico representam riscos reais para quem depende de uma massa manipulável e alienada.

Foto divulgação Prefeitura Municipal de Correntina.

Entre os desempenhos na Bahia, destacam-se:
Quixabeira – 75,47% (1º lugar no estado); São Desidério – 54,07% (26º); Riacho de Santana – 52,53% (32º); Cocos – 51,69% (36º); Jaborandi – 43,16% (101º) e Correntina – 26% (334º de 398 cidades avaliadas).

Foto divulgação/JC.

Correntina figura entre os piores índices do estado. Um desempenho vergonhoso que exige não apenas indignação, mas ações imediatas, articulação de políticas públicas e mobilização da sociedade, coisas que, até agora, estão sendo pauta de um um silêncio ensurdecedor.

 

Confira a lista das cidades e o ranking – Cidades e suas colocações no ranking.

3 COMENTÁRIOS

  1. O governador do Estado da Bahia, Jerônimo Rodriguesz, diz que a culpa de todo o desastre da educação é culpa da escola e dos professores, onde os mesmos reprovam os aluno com baixo desenvolvimento escolar no fim do ano.
    Na Bahia a educação vai mal, a saúde vai mal, a segurança vai mal e a economia vai de mal a pior, com estes números negativos nem o maior puxa saco do governo acredita em melhoria.

  2. Ah, mais e a gestão anterior? Minha gente, a bomba agora é da atual gestão, o que se espera é pelo menos ações, estratégias, planos para reverter essa situação. Esses índices é uma vergonha para o governador, pois ele é professor.

  3. É uma pena! Correntina acaba de realizar o festival da cultura, com tantos talentos escritores, filhos da cidade, recebe esta péssima notícia! Este cargo de secretário da educação é cultura, é coisa séria! Não é pra qualquer pessoa! Acorda sr. Prefeito enquanto há tempo.

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