Publicado em 8/9/2025, às 20h45.

 

matéria abaixo foi produzida pelo G1-BA/TV Bahia e será publicada na íntegra sem alteração do seu texto.

Por g1 BA e TV Bahia

Um tenente-coronel da Polícia Militar é investigado por encobrir ações de milícia no oeste da Bahia. Ele foi preso nesta segunda-feira (9), em Santa Maria da Vitória, por posse ilegal de armas de fogo.

As investigações apontaram que ele recebeu, entre 2021 e 2024, pagamentos mensais de R$ 15 mil realizados pelo chefe da milícia, um sargento da reserva remunerada da PM.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e do Ministério Público do Estado (MP-BA), além de ser preso, um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa dele. As ações fazem parte da segunda fase da
“Operação Terra Justa”. 

A TV Bahia apurou que o tenente-coronel preso é Luís Augusto Normanha de Carvalho.

Ele é o diretor do Colégio da Polícia Militar de Bom Jesus da Lapa. A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda posicionamento sobre o caso.

Tenente-coronel da Polícia Militar é preso é diretor do Colégio da Polícia Militar (CPM) de Bom Jesus da Lapa — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Tenente-coronel da Polícia Militar preso é diretor do Colégio da Polícia Militar (CPM) de Bom Jesus da Lapa — Foto: Reprodução/Redes Sociais

No total, foram cumpridos seis mandados de busca e dois de prisão preventiva nos municípios de Correntina, Santa Maria da Vitória e Salvador. Foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos, armas, munição e outros materiais que serão periciados e analisados.

A SSP-BA e o MP-BA informaram que as investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos.

Tenente-coronel é alvo do MP-BA na Bahia — Foto: SSP-BA e MP-BA
Tenente-coronel é alvo do MP-BA na Bahia — Foto: SSP-BA e MP-BA

Segundo as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), em parceria com a Polícia Civil, o oficial de alta patente recebia vantagens para encobrir ações criminosas do grupo miliciano que, por mais de dez anos, invadiu, com uso de violência, terras de comunidades tradicionais da região de Correntina para fazendeiros locais.

O oficial é investigado por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Armas apreendidas na ação — Foto: SSP-BA e MP-BA

Armas apreendidas na ação — Foto: SSP-BA e MP-BA

Presos na primeira fase da “Operação Terra Justa”, o sargento e um comparsa foram alvos, nesta segunda, de novos mandados de prisão preventiva. Ele e mais três pessoas foram denunciados pelo MP-BA por crimes de organização criminosa voltada para lavagem de dinheiro decorrente da milícia.

A denúncia foi recebida pela Vara Criminal de Correntina no dia 5 de agosto, que determinou o bloqueio de bens dos acusados em valores que podem chegar a mais de R$ 8,4 milhões. Segundo as investigações, o esquema criminoso envolvia a ocultação e dissimulação de valores por meio de contas de terceiros para mascarar a origem dos recursos.

Entre 2014 e 2024, somente na conta do sargento da reserva, foram registradas movimentações de aproximadamente R$ 30 milhões, entre créditos e débitos, sendo a maioria dos depósitos realizada por empresas ligadas ao setor agropecuário.

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