Publicado em 09/06/2025 às 22h10.
Hoje completa um ano que o nobre Vereador Maradona mostrou ao Brasil o nosso piscinão de ”bosta” e os seus problemas.
Caro leitor(a),
Há feitos que, por justiça, devem ser lembrados. Neste aspecto, o destaque recai sobre uma personalidade política que, sem dúvida, vem se sobressaindo nos últimos meses desta legislatura. Trata-se do ilustre vereador Maradona, notabilizado por projetos que visam beneficiar amplamente a sociedade correntinense. É fato que, ultimamente, o parlamentar tem brindado a população com iniciativas de relevância, muitas delas extremamente necessárias para o desenvolvimento do município.
A título de exemplo, como já noticiado por este jornal, destaca-se o recente projeto do “Transporte gratuito aos universitários”, apresentado e defendido com entusiasmo na tribuna, pelo nobre vereador. Sem dúvida, uma bela iniciativa em favor da classe estudantil. Um povo que não investe na juventude e na sua educação, está, por certo, fadado ao atraso e ao fracasso, em razão da velocidade técnico cientifica, na qual o mundo caminha. Facultar, investir, estimular e criar toda sorte de condições, para que os nossos jovens busquem o caminho do saber, é uma atitude mais que desejável. É o que se espera dos nossos políticos e gestores! Nesse aspecto, o vereador Maradona merece o devido reconhecimento.
Entretanto, os destaques do nobre vereador de Correntina, não se restringem apenas a esse feito. Recorrendo à história pretérita, o JC recuperou outra grande intervenção do ilustre vereador, digna de aplausos e reconhecimento. Quem não se lembra da sua atuação firme e combativa diante de um dos maiores crimes ambientais retratado no “Piscinão de Bosta”? À época, o vereador encabeçou uma campanha corajosa, denunciando a omissão da administração pública diante de um dos maiores escândalos ambientais já vistos no município. Foi uma atitude que demonstrou compromisso com a população e coragem política.
Contudo, é preciso dizer: aquele Maradona aguerrido e combativo que a população acompanhou com esperança, hoje parece distante. O problema ambiental citado permanece sem solução. E mais do que nunca, Correntina precisa que o vereador ecoe novamente aquele grito de protesto, com a mesma coragem, com a mesma indignação, com o mesmo senso de urgência. O povo quer vê-lo enfrentando os desmandos, denunciando os crimes ambientais e sociais que persistem, especialmente os que partem de setores poderosos do agronegócio ou que se escondem atrás da inércia administrativa.
É inaceitável que, em pleno século XXI, uma cidade como Correntina, marcada por grandes desmatamentos, rios assoreados, nascentes invadidas, liberações ambientais em série ao agronegócio e tantas outras agressões, siga sem sequer um secretário exclusivo para o meio ambiente. Um município diretamente impactado por atividades do agro, cuja economia depende da terra e da água, não pode negligenciar a pasta mais sensível à vida humana e à sustentabilidade do território. Onde está o grito, vereador? Onde está a cobrança? Onde está o fiscal do povo que, outrora, não se calava diante do descaso?
Diante de um cenário tão grave, não há espaço para omissão. A ausência de uma secretaria ambiental estruturada é um retrato claro da falta de prioridade com a qualidade de vida da população. O silêncio institucional, inclusive do Legislativo, é cúmplice dessa política do abandono. Está mais do que na hora do ilustre vereador lembrar que sua causa deve ser a causa do povo — e o povo precisa respirar, precisa de água limpa, sem veneno, sem agrotóxico, de solo preservado, nascentes preservadas e de rios vivos. Não é apenas uma questão ambiental; é uma questão de saúde pública, de sobrevivência. E quando se trata disso, o que está em jogo é a dignidade de toda uma cidade.
