Publicado em 24.05.2024 às 23h22

É uma estupidez perder amizade por causa de política.

Foto: Capitão Getúlio Reis.

Há poucos dias, lendo a periódica Gazeta do Povo, deparei-me com uma matéria que tratava de política partidária, a qual aguçou minha atenção, pois nela continha uma operação de adição, cujo somatório de verdadeiros amigos que se tornaram inimigos por conta de “política” era enorme, as inimizades superavam as amizades em dígitos e percentuais.

A politização de tudo é um ladrão de alegrias. Ninguém pode ser feliz politizando tudo. Primeiramente porque a política, via de regra, não é fonte de virtude, especialmente no Brasil. Para nós, brasileiros, política costuma significar sujeira, decepção e imoralidade. Nosso sistema político é um criadouro de homens públicos maus. E, por ser o meio pelo qual a política se materializa, ele torna a nossa política em algo cruelmente corrupto.

Quem tem princípios morais sólidos, mas alimenta a alma com política tende a colher uma espécie de amargura melancólica constante, um sentimento de injustiça que não desaparece. E quem não tem tanta solidez assim nos princípios pode sofrer uma corrosão moral, mesmo que de forma lenta e gradual.

Politizar todos os aspectos da vida é caminho certo para a infelicidade. E perder amigos por causa de política (e de políticos) é uma das coisas mais estúpidas que um ser humano pode fazer.

Junte-se a esse fenômeno da politização total uma pandemia mundial e um longo período de isolamento em que perdemos o contato com nossas pessoas queridas, e o resultado não é nada bom. Há quem diga que não eram amizades verdadeiras se acabavam por algo tão mundano, mas isso não é verdade. Muita gente deixou que a politização invadisse os recônditos mais preciosos da alma e manchasse coisas bonitas como amizade, amor e fraternidade.

Dê o seu voto ao candidato da sua preferência, sem a necessidade de ofender o candidato adversário, sem a necessidade de fazer chacotas, porquanto vários dos seus amigos irão ter como preferido, esse seu candidato adversário que você sem qualquer razão ou motivo estigmatizou e ofendeu.

A nossa Correntina é uma cidade pequena, onde todos se conhecem, onde quase todos são parentes diretos ou afins, grande parte da população é religiosa, cidade eminentemente turística embora suas economias venham da agropecuária, berço para muitos sulistas que desenvolvem vastos plantios de soja, milho e algodão e acolhem aqueles outros que por força do trabalho vieram morar, desenvolver e criar raízes na cidade. Não há porque tratá-los pejorativamente de “forasteiros”, embora seja o adjetivo dado a quem vem de fora, peregrino ou estrangeiro, contudo, nas épocas de política, utilizam desse adjetivo de forma vigorosa e ofensiva para discriminar que não é natural de Correntina, de forma injusta e cruel.

No meu sentir, não podemos deixar que esse mal cresça, pois, essa polarização política não leva nada a lugar algum, senão ao nosso próprio isolamento e as perdas de boas e alvissareiras amizades.

O fato é que precisamos colocar em prática os remédios para esse mal. Vamos eliminar as ofensas, provocações, xingamentos, apatias, verbalizações, postagens sem decoro e que vença aquele(a) que tenham os melhores propósitos para a nossa sofrida e espoliada Correntina. E CONSERVEMOS NOSSAS AMIZADES E ESTIMAS. Afinal, amigo se guarda do lado esquerdo do peito, debaixo de sete chaves. Assim falava a canção.

De Salvador para Correntina-BA, 24 de maio de 2024. GETULIO REIS

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