Publicado em 15/03/2025 às 13h33.

Por Vanilson Cardoso: O resgate histórico das mulheres na história de Correntina.

É sábio afirmar que as mulheres desempenham um papel crucial na construção social, atuando como agentes de mudança e transformação em diversas esferas da sociedade. Historicamente, elas têm sido fundamentais na formação das relações familiares, na educação das futuras gerações e na promoção de valores comunitários.

A valorização do papel das mulheres é essencial para o progresso social e para a construção de um futuro mais inclusivo.

Deste modo, hoje iremos resgatar as figuras femininas que desempenharam papel crucial no crescimento histórico de Correntina.

A começar pela educação. Correntina sempre foi marcada pelo o avanço educacional, em especial no meados do século XX, por conta da fundação do Educandário São José. É fato que o protagonismo educacional se deteve nas mãos das mulheres. Professoras como Laura Araújo (primeira professora filha de Correntina), Anísia Silvia Moreira, Idalina Avelina Castro, Julia da Silva Guerra, Alail Guerra, Carmen Araújo, Ena Rocha; dentre outras tantas, marcaram como contribuintes na formação estudantil do município.

Professora Ena Rocha (Foto retirada do YouTube)

Assim perante uma sociedade patriarcal onde os homens predominavam nas funções de destaque, o Magistério foi o abre-alas do protagonismo feminino.

Na área da saúde, as mulheres tiveram papel relevante em Correntina. Mediante a calamidade da saúde entre às decadas de 30 e 50 o papel feminino foi intensificado pelas colaborações na área da enfermagem, na promoção da vida e conscientização sobre saúde básica. Destaca-se mulheres como Donária Guerra (Narrinha) enfermeira e obstetra, que contribuiu de forma sistemática como “parteira local”. Além da contribuição plausível de Netinha Rocha e da Irmã Genelise Dias Domingues.

No âmbito político a participação feminina foi mais lenta. Correntina nunca teve uma prefeita eleita, já houve candidatas como: Valderina Coimbra Costa (Dona Vivi), Vanuza e Ana Ilma. Contudo a atividade feminina na política é relevante. Houve mulheres que marcaram Correntina como personalidade de voz firme e constante na defesa dos interesses sociais. Como exemplo no legislativo temos Ieda Barbosa a mulher mais longeva na Câmara Municipal.

Na área da cultura, temos um acervo riquíssimo da participação ativa das mulheres. São elas que carregam ricas tradições como o bordar, tear e fiar.

A arte e a cultura no município são permeadas do protagonismo feminino. É marcante por exemplo a personalidade de Maria de Lara no contexto das músicas locais (chulas, cocos e reizados), na defesa da terra e no contato com a natureza.

Maria de Lara (Foto retirada do YouTube)

É memorável ainda a arte de Dona Dominga da Rabeca na região do Vale do Rio Arrojado.

Dona Dominga da Rabeca (Foto retirada do YouTube)

Temos outro exemplo atual da preservação do Terno de Reis mantida pelas Irmãs Alderice e Adeir.

Mais uma prova concreta da força das mulheres na arte é a continuidade da Associação das Mulheres Artesãs, fundação do Monsenhor André que explora a inteligência e a criatividade das mulheres no artesanato.

Na religiosidade as mulheres nos precedem desde os tempos de Jesus. Afinal foram elas as primeiras testemunhas do Ressuscitado. Em Correntina, elas também foram fundamentais na construção da religiosidade católica.

Primeiro podemos destacar a figura das Religiosas. A presença das Irmãs Filhas de Nossa Senhora de Fátima acompanhou o desenvolvimento de Correntina. Irmãs como: Zélia, Oneide, Neli, Genelise, Carminha, Isabel e outras tiveram protagonismo na educação, saúde e assistencialismo.

 

Foto da Irmã Zélia.
Foto da Irmã Neli.
Foto da Irmã Niomé.

Personalidade como a de Sinhá que construiu a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (hoje Igreja do São Lázaro) marca a força das mulheres na propagação da fé.

Na devoção cotidiana e na fidelidade religiosa podemos citar: as irmãs Nida e França, Corina, Maria de Zuquinha, Dona Vanda, Dona Lu, Odeilde, Ana Ilma, Carminha, Dina de Miguel e muitas outras que ajudaram no trabalho de evangelização, ou seja, as mulheres também foram discípulas no anúncio do Evangelho e na difusão dos valores cristãos.

Foto: Maria de Zuquinha (Foto da Internet)
Dona Vanda (Foto da Internet)

E por que não resgastar as mulheres “especiais”. Faz parte do nosso imaginário popular mulheres como: Bazu, Leocadia, Um a Um, Raimunda Raposa, Cebola e outras. Mulheres que diante das dificuldades mantiveram sua personalidade sendo autênticas e reais, rompendo os preconceitos e sendo gente no meio de uma sociedade exclusiva.

Foto: Bazu (Foto retirada do Facebook)
Foto: Um a Um (Foto da casa de Louro)

Assim com esse breve histórico de algumas das muitas mulheres que ajudaram Correntina a ser o que ela é hoje, neste mês dedicado a elas trazemos esse tributo que exalta a presença feminina em nossa história.

Referências:

Algumas informações e fotos foram adquiridas do Livro: Araújo e Guerra de Teoney Araújo Guerra. Além das narrativas de Hélverton Baiano.

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