Publicado em 29/09/2024 às 13h41

Por Gilson Magalhães.

 

BRASIL UM SÓ POVO / XENOFOBIA*.

O tempo passa e sempre esperamos a evolução da sociedade. Mas cada dia, cada instante surge uma surpresa desagradável externada por quem deveria ser exemplo. Representantes eleitos, que deveriam promover uma harmonia social, acaba é  promovendo o sectarismo ao nosso povo.

O Brasil é um País de um só povo, onde o nosso ordenamento jurídico assegura todos os direitos individuais e coletivos previstos na carta magna de 1988. No seu artigo 5° caput, que diz: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residente no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, a segurança e a propriedade.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é um documento que estabelece os direitos de forma universal e foi aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948. A DUDH é o documento mais traduzido do mundo, tendo sido traduzida para mais de 500 idiomas.

Diante de todo esse protecionismo que o cidadão brasileiro tem. É inacreditável e lamentável saber que em Correntina, o Vereador Arthur das Bombas do PC do B,  representante do povo, eleito democraticamente pelo poder do sufrágio universal, onde deveria dar exemplo de boa conduta e respeito à dignidade da pessoa humana, faz exatamente o contrário, praticando crime de xenofobia, dentro da casa do povo. O vice-prefeito, Michael Delgado, do PSD, e Jailto Pretinho do PC do B, retrata o seu adversário como “O CARIOCA”. Não presenciamos esse tipo de debate em nenhuma outra cidade brasileira, onde uma candidato é criticado levando em conta a sua naturalidade. Esse tipo de comportamento é muito perigoso, a história do Brasil e do mundo presenciou esse comportamento e sabemos o seu final.

Não estou aqui, defendendo político e nem partido e sim a dignidade da pessoa humana, que merece respeito em todo território nacional, podendo ir e vir, morar e se candidatar onde bem entender, porque somos brasileiros e um só povo.

Podendo processar qualquer pessoa que o discriminar por ter nascido em outro Estado, isso não pode prevalecer em Correntina/BA. A representante do sindicado do Professores/SINDTEC, Laura Macedo, publicou um vídeos repudiando o discurso do Vereador Arthur das Bombas, que fez duras críticas ao professor da Rede Municipal, Paulo Oisiovici, com dizeres de total desprezo, como: “aberração, não é nem de Correntina, não sabemos nem de onde veio”.

Já virou rotina na boca de vereadores, ex-prefeito, atual prefeito e Candidatos. Resta agora, com esse alerta jurídico, às vítimas chamar a responsabilização dos autores, para assim dá um basta nesse crime de xenofobia. Até mesmo não vejo exemplo de cidadão dignos nas pessoas dos infratores.

Uma ressalva, fazendo ênfase à fala do vereador na tribuna, que um erro não justifica outro, ao tentar corrigir o professor que foi infeliz no seu posicionamento, o vereador cometeu crime de xenofobia. Um representante do povo tem que ter preparo psicológico e sabedoria para assumir um cargo de representação.
O que resta é se retratar.

* Tié Lenzi

Mestre em Ciências Jurídico-Políticas, A xenofobia é o sentimento de antipatia ou repulsa por estrangeiros e pode ser entendida como uma espécie de preconceito. Pode ser mais frequente quando as pessoas que são alvo deste preconceito pertencem a regiões que possuem muitas diferenças, sejam elas sociais, econômicas, históricas ou culturais.

Gílson Magalhães da Silva, colunista do Jornal de Correntina e graduando em Direito.

 

4 COMENTÁRIOS

  1. Gente, eu já comentei aqui várias vezes, eu não entendo essa questão de forasteiro, até porque nós dessa região migramos muito para Brasília e Goiânia, então lá nós deveríamos receber o mesmo tratamento de forasteiros?
    Vou dar um exemplo que está acontecendo em Goiânia desde as eleições de 2022, muitos comentários desnecessário sobre o Norte e Nordeste, não adianta o correntinense falar que é porque aqui é mais perto que Salvador, pois para eles o baiono da região oeste é a mesma coisa do cearense ou do pernambucano, só não sofre mais que os Maranhenses e paraenses em Goiânia . Em fim é lamentável isso se repetir por aqui!

  2. A xenofobia é um preconceito que pode ser expresso de forma nacional e internacional, e pode ser identificada por meio de discursos de ódio e comportamentos que beiram o fascismo:

    Xenofobia nacional
    Pode ser praticada contra pessoas de outras regiões ou estados do mesmo país.

    Xenofobia internacional
    Pode ser identificada por meio de preconceitos contra estrangeiros, que podem ser vistos como uma ameaça à estabilidade da economia e da ordem mundiais.

    A xenofobia pode ser baseada na percepção de um conflito entre um grupo interno e um externo, e pode manifestar-se de diversas formas, como:
    Suspeita das atividades de um grupo por parte de outro
    Desejo de eliminar a presença do grupo alvo de suspeita
    Medo de perder uma identidade nacional, étnica ou racial

    No Brasil, a xenofobia muitas vezes se cruza com o racismo, especialmente para migrantes de pele escura.

    De acordo com o governo brasileiro, as denúncias de xenofobia cresceram 874% entre 2021 e 2022, superando as acusações de intolerância religiosa, racismo, LGBTfobia, misoginia e neonazismo registradas no mesmo período.

  3. Qualquer discurso de combate a uma atitude xenofóbica, é bem vinda e louvada entre nós. O mundo precisa de ações e atitudes que inibam o racismo, o preconceito e outras formas de discriminação. A alteridade, como diria o filósofo francês Levinás, deve ser uma bandeira humanista defendida por todos nós, habitantes deste planeta. Uma questão de empatia… De respeito ao diferente… Daí, a importância desse texto…

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